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terça-feira, 16 de abril de 2024

Produtores rurais só querem continuar trabalhando e produzindo, diz Kaká do Sindicato Rural

2016-06-17 08:08:00

Após o envio de uma nota oficial do Sindicato Rural de Caarapó encaminhado as mídias que estão fazendo a cobertura do caso envolvendo produtores rurais e índios nas proximidades da reserva indígena Te’ Ýikue, o presidente interino da entidade Carlos Eduardo Macedo Marquez, o Kaká, se reuniu na manhã desta quinta-feira (16), com parte da imprensa local e de Dourados para comentar sobre o caso.

Conforme Kaká, o objetivo da coletiva com a imprensa é de esclarecer para população que a diretoria do Sindicato Rural lamenta tudo isso que está acontecendo, e que o desejo da entidade e da classe produtora é que tudo seja resolvido o mais rápido possível e de uma forma pacífica.

“Precisamos esclarecer que na realidade não houve um conflito como tem sido publicado pelas mídias em si. Desde o último domingo (12), um grupo de indígenas adentraram na fazenda Yvu como já foi noticiado. Na terça-feira (14), um grupo de produtores rurais com o intuito de inibir o movimento se deslocou até o local e por conta dessa presença os índios recuaram para suas terras, começando assim todo esse impasse”, informou Kaká.

O presidente interino disse que até agora o sindicato tem informações que são mais de 10 áreas invadidas e saqueadas e que os números de envolvidos passa de 200 índios. “Inclusive os donos de sítios da região da aldeia tiveram que sair às pressas para a cidade, após pressão de grupos indígenas”, disse.

Questionado sobre o fator prejuízos, Kaká disse não ter noção até o presente momento, haja vista, não ser possível o acesso as áreas invadidas. “É bom deixar bem claro que já foi confirmada que os objetos incendiados, no caso o caminhão com a colheitadeira e a viatura da Polícia Militar, tudo isso aconteceu na estrada que dá acesso a Laguna Carapã e não dentro da fazenda Yvu, como tem sido anunciado”, esclareceu Kaká.

Carlos disse ainda que contatos já foram feitos com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), para que o mesmo se possível venha a região e se precisar ir até Brasília para resolver essa questão. “O sindicato não vai tomar nenhuma decisão precipitada para que ninguém seja prejudicado. Só estamos aguardando o nosso chefe de Estado, para ver que atitude tomaremos. As coisas só não podem é continuar desse jeito, pois os nossos produtores só querem mesmo é trabalhar e sem conflito”, expressou.

Indagado sobre a questão do índio morto, Kaká disse que não poderia falar sobre o assunto, pois segundo ele, a morte aconteceu em terras indígenas.

O presidente interino informou ainda que a aldeia foi demarcada na década de 1940 e por isso não tem como os índios dizerem agora que essas terras são deles. “As propriedades próximas a aldeia estão legitimadas através de escrituras. Vale salientar que os nossos produtores não podem ficar parados, eles têm que trabalhar, pagar as contas, produzir, e que de uma hora para outra ficaram impossibilitados de fazer isso. Realmente é uma situação complicada e que precisamos urgentemente da interferência de uma ação de nosso governador para que a situação não venha ficar mais complicada ainda”, salientou.

Indagado sobre a possibilidade de o governo apelar para uma negociação com os produtores rurais em torno da aldeia, Kaká disse que seguramente 99% toparia do dia para a noite a proposta.

Kaká informou durante a coletiva que o sindicato foi informado na manhã desta quinta-feira que oito ônibus estariam chegando pela estrada que dá acesso a Laguna Carapã, para invadirem a Fazenda Joá.

“Nossa mensagem final é que nossos produtores rurais não querem guerra e nem conflitos e sim defender o que é deles com legítimo direito”, finalizou Eduardo Macedo Marquez, o Kaká.

O tesoureiro do Sindicato Rural, Olavo Cannepele disse que as áreas que os índios têm tentado tomar posse, todas são legais e documentadas. “Realmente a situação é complicada e que se não tiver uma interferência por parte do governo do Estado e até mesmo Federal, a tendência, é que casos como esses continuem acontecendo. Pois a população indígena aumenta com facilidade e sempre eles estarão em buscas de novas terras”, afirmou.

“Precisamos deixar bem claro que são os índios que invadiram nossas terras e que inclusive são legítimas e com donos. Não podemos generalizar o caso, pois tem muitos índios inocentes em meio a tudo isso. Para pôr nesse caso teria que fazer valer de verdade a Constituição de 1988, a qual fala sobre as demarcações de terras”, pontuou Cannepele.

Olavo disse ainda que surgiram algumas conversas que manifestações estariam acontecendo, como por exemplo, o fechamento de rodovias, mas de maneira nenhuma qual ato nesse sentido terá o apoio do Sindicato Rural em si.

Minutos após a coletiva chegaram pela Avenida Presidente Vargas, em Caarapó,  rumo a aldeia três viaturas da Força Nacional.

Estudo de demarcação

No dia 12 de maio do corrente ano, o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, assinou o despacho para a publicação no Diário Oficial da União do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I.

De acordo com a matéria que foi editada pela Agência Brasil, as áreas para estudos antropológicos seriam nascidades de Amambai, Caarapó e Laguna Carapã, na região de Dourados, no sul do Mato Grosso do Sul, em uma área de 55.590 hectares. Sendo que desse total conforme a diretoria do Sindicato Rural, cerca de 30 mil estão no município de Caarapó.

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