2015-05-06 16:57:00
O líder peemedebista na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), afirmou nesta quarta-feira (6) que o partido considera "adequada" a decisão do PT de fechar questão em torno da aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal. Com isso, segundo ele, o PMDB também apoiará as MPs, que restringem o acesso a direitos previdenciários, mas, de acordo com o governo, são necessárias para o equilíbrio das contas públicas.
Na noite de terça, Picciani havia anunciado que o PMDB tinha retirado o apoio às medidas enquanto a bancada do PT não fechasse questão, o que, em tese, pode resultar em sanções partidárias aos deputados petistas que não obedecerem à orientação.
O plenário da Câmara iniciou na tarde desta quarta a sessão para votar a MP 665, que torna mais rigorosas as regras para concessão do seguro-desemprego. A votação foi adiada nesta terça (5), após o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter invertido a ordem da pauta para votar a chamada PEC da Bengala, aprovada pelo plenário.
No início da sessão desta quarta, o líder petista na Câmara, Sibá Machado (AC), anunciou (veja no vídeo ao lado) que o partido fechou questão em torno da votação.
“O líder Siba Machado fez o posicionamento que, no momento, nós consideramos adequado, defendendo a importância do ajuste, afinal de contas é o partido que lidera a coalizão do governo, que lidera a política macroeconômica, que lidera as decisões do governo. Isso nos dá o conforto que o PMDB solicitava na noite de ontem", afirmou Picciani no plenário.
Logo depois, ao G1, o líder do PMDB comentou que o PT "agora fez o correto. Assumiu a defesa da bancada".
O deputado, no entanto, fez a ressalva de que – embora as MPs tenham o apoio do PMDB, maior bancada da Câmara, com 67 deputados; o PT é a segunda, com 64 – liberará os outros partidos integrantes do bloco liderado pelo PMDB para votarem como quiserem. "O encaminhamento do nosso bloco, que é um encaminhamento coletivo de sete partidos, é de liberar a bancada [do bloco]", disse Leonardo Picciani.
Mesmo assim, afirmou Picciani, os deputados do PMDB votarão pela aprovação das MPs.
"Acreditamos que a esmagadora maioria da bancada dará esse voto de confiança ao governo e à equipe econômica", disse, depois de uma reunião da bancada do partido com o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Antes, Guimarães tinha ocupado a tribuna para defender as medidas provisórias do ajuste fiscal (veja no vídeo ao lado).
Picciani disse que, durante a reunião com Guimarães, o PMDB cobrou do líder do governo o posicionamento do PT. "O líder reafirmou o fechamento de questão por parte da bancada do PT. Era isso que queríamos, um posicionamento claro do PT de que o ajuste era estritamente necessário para o país", disse.
"Estamos votando o ajuste não porque temos satisfação em votá-lo. Gostaríamos que o país estivesse em situação melhor. Estamos votando por necessidade", afirmou Picciani.
Picciani também deixou claro que o apoio, por enquanto, se refere à MP 665. A outra MP do ajuste fiscal, a 664, é "outro assunto", segundo ele. "Vamos discuti-lo com a necessidade que precisamos", disse.
Após a reunião com a bancada do PMDB, Guimarães disse que as bancadas dos dois partidos – PT e PMDB – votarão a favor da MP. "É uma grande vitória", disse.
A outra MP do ajuste fiscal, a 664, que torna mais rigorosas as regras para concessão de pensão por morte, não tem previsão de votação nesta quarta. Ambas as medidas encontram resistências no Congresso e são criticadas por centrais sindicais. O governo alega que as medidas vão contribuir para uma economia de R$ 18 bilhões, em um momento de necessidade de reequilíbrio das contas públicas.