2012-03-09 08:45:00
Estudo da União Interparlamentar mostra que a média global de mulheres parlamentares atingiu 18,8%, aumento de 7,5% em relação a 1995; progresso no executivo é lento, com apenas 9 mulheres entre 151 chefes de Estado eleitos.
Quinze anos após a 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, em Pequim, na China, houve progressos importantes sobre a participação feminina no parlamento e no poder executivo em governos mundiais.
Essa é a principal conclusão de um relatório divulgado pela União Interparlamentar, UIP, junto com o Mapa das Mulheres na Política em 2010, durante a 54ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, que acontece na sede da ONU, em Nova York.
Mulheres Parlamentares
Segundo o estudo, até o início deste ano, a média global de mulheres parlamentares atingiu 18,8%. Em 1995, a taxa era de 11,3%. O resultado equivale a um aumento de 0,5% ao ano.
A meta era de 30% de mulheres em posição de liderança, e 44 câmaras em dezenas de países conseguiram alcançar o objetivo: 16 na Europa, 13 nas Américas, 11 na África e 4 na região da Ásia e do Pacífico.
Apesar dos avanços, quase não houve alteração no número de parlamentos onde as mulheres não tem assento: de 13% em 1995 para 10% em 2010.
Desigualdade Histórica
Em entrevista à Rádio ONU, em Nova York, a ministra brasileira Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, disse que a desigualdade de gênero no mundo é histórica.
"As mulheres até hoje sofrem essa desigualdade e, portanto, elas foram acumulando desvantagens ao longo da sua história.
Para romper com isso é preciso olhar de maneira integral para esse fenômeno e trabalhar desde uma intervenção que permita mudar a cultura hegemônica, que ainda é machista", afirmou.
O estudo da UIP mostra que o progresso no executivo é ainda mais lento. São apenas 9 mulheres entre 151 chefes de Estado eleitos, 6% do total mundial.
Ministras
As mulheres lideram 16% das posições ministeriais. Países como Cabo Verde, Finlândia, Noruega e Espanha tem mais de 50% de ministras. A maioria dos Estados sem mulheres nessas posições estão no Caribe, Pacífico e países árabes.
Outra conclusão é que há mais diversificação nos cargos ocupados. As mulheres dominam posições relacionadas a questões sociais, crianças, juventude e meio-ambiente.