2011-05-28 09:32:00
O Palácio do Planalto aposta em uma agenda positiva na semana que vem para voltar à superfície e conseguir recuperar fôlego diante da primeira crise enfrentada pelo governo. A presidente Dilma Rousseff aprofundará o receituário prescrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: dialogar mais com a base aliada e fazer aparições públicas. O objetivo é mostrar normalidade e tocar agendas fora de Brasília.
Conta-se, também, com a sorte: o governo torce para que não haja fatos novos envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pivô da atual turbulência política. A Folha mostrou que o ministro multiplicou por 20 seu patrimônio nos últimos quatro anos.
Na segunda-feira, Dilma fará visita de um dia ao Uruguai. Na terça, reúne governadores para uma ampla reunião sobre a infraestrutura da Copa-2014. Na quarta-feira, a presidente recebe senadores do PMDB no Palácio da Alvorada.
Aposta
A maior aposta da agenda positiva, porém, será o lançamento do programa Brasil sem Miséria, vitrine de Dilma na área social no combate à pobreza extrema.
Interlocutores da presidente admitem não haver nenhuma estratégia montada para resolver o desgaste envolvendo Palocci.
Na semana passada, ninguém cogitava uma eventual saída do ministro; nesta, já há pessoas considerando essa possibilidade. A hipótese, no entanto, apesar de estar no radar da Presidência da República, ainda é tratada como "rumor".
O ex-presidente Lula, em sua passagem de dois dias por Brasília, chegou a comentar que a queda de Antonio Palocci seria muito ruim para o governo.
Em 2006, o mesmo tipo de avaliação fez com que ele mantivesse Palocci por meses à frente do Ministério da Fazenda. Considerado hoje essencial na articulação política de Dilma, o ministro era igualmente visto como peça vital para a estabilidade macroeconômica da administração Lula.