2010-01-08 18:51:00
Segundo o diretor do Sindsep (Sindicato dos Servidores Públicos Federais de Mato Grosso do Sul), João Nascimento, todos os cargos dos servidores da Funai (Fundação Nacional do Índio) foram exonerados e os novos cargos de chefia serão, provavelmente, de indicação política.
O governo anunciou que serão criados 85 cargos em comissão que poderão ser preenchidos sem concurso público. Além disso, anunciou também a contratação de 3,1 mil novos funcionários até 2012.
De acordo com as explicações de Nascimento, isso significa que o órgão perderá os servidores ligados a questão indígena e passarão a ter mais “brancos” para reger a situação. A preocupação diante do Decreto 7.054, de 28 de dezembro de 2009, que prevê a reestruturação da Funai, seria porque a questão não foi discutida com os indígenas, indigenistas, movimentos sociais e ainda com os servidores.
Foram criadas três coordenadorias em Mato Grosso do Sul; em Dourados, Campo Grande e em Ponta Porã. Cada uma terá um coordenador, um assistente técnico e 11 chefes. Ele diz que agora a situação fica mais complicada e um exemplo disso é que, com o documento, foram extintos os pólos nas aldeias. “Assim os indígenas ficam longe da atuação do governo, sem amparo da gestão”, diz ele.
Nascimento diz, porém, que os indígenas não são contra a reestruturação, mas, sim, a forma com que foi realizada. “Antidemocrática”, de acordo com a carta enviada por eles ao presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Amanhã, índios e servidores se reunirão na sede da Funai na Capital, as 9h, para discutir a questão.
A redação tentou entrar em contato com a Funai em Dourados, mas tivemos a informação que desde ontem a sede estaria fechada por ameaça dos indígenas de uma nova invasão.