2009-05-04 12:01:00
A executiva estadual do PT se reúne amanhã para definir os nomes que integrarão a comissão pró-consenso. A decisão de se criar essa instância saiu na última reunião do diretório regional, semana passada. Cada corrente interna vai indicar um nome. Essa comissão tem a missão de provocar diálogos entre as partes beligerantes e rascunhar uma proposta de paz no partido, inclusive sugerir nomes para presidência do diretório regional.
E a paz interna parece estar cada vez mais possível. O ex-governador Zeca do PT está confiante no trabalho da comissão pró consenso e acha que a solução vai desembocar em um nome de consenso para presidir o PT. Com aqueles requisitos que ditou dias atrás: não ser candidato a nada, não ter mandato e não ter ligação forte com os grupos que disputam o comando do partido.
Com esse perfil Zeca disse ter ouvido a sugestão de outros dois nomes nos últimos dias: do prefeito de Bela Vista, Chico Maia, e do presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores na Educação em Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira. Outras opções apontadas anteriormente foram do prefeito de Nova Alvorada, Arley Barbosa e Humberto Amaducci, ex-prefeito de Mundo Novo.
Já o atual presidente do PT, deputado estadual Amarildo Cruz, acredita que o consenso pode se construir em torno de seu nome. “Sou candidato, com certeza absoluta. Acho que é possível fazer esse consenso, em cima do nosso nome.” Zeca não vê assim: “Ele [Amarildo] sabe que não dá consenso.”
Amarildo sugere oferecer ao ex-governador Zeca a coordenação da própria campanha ao governo, isso já dentro de um entendimento que o partido vai mesmo disputar a sucessão de André Puccinelli (PMDB) em 2010. “Ele sendo candidato, e sendo referendado no diretório, se o partido decidir que ele é nosso candidato, eu vou abraçar e fazer a defesa disso. Temos condições de fazer uma disputa para vencer, o André faz um governo medíocre. O PT, unido, aumenta a bancada estadual, a bancada federal e tem chance de vencer o governo.”
A eleição para o diretório regional é o último pomo de discórdia entre os petistas. Zeca e o senador Delcídio do Amaral já conversaram, não firmaram nenhum pacto, mas conseguiram desfazer a muralha que os separava desde a campanha derrotada para o governo em 2006.
A comissão pró-consenso com representantes das correntes internas é a segunda tentativa de se chegar à paz. Primeiro foram os prefeitos petistas que tentaram pressionar as lideranças maiores em busca de um acordo. A reunião dos prefeitos, realizada dia 24 de abril, acabou esvaziada, apenas quatro dos dez compareceram.
Agora a esperança repousa nas correntes. "A expectativa é de que essa comissão saia, indique um nome, que a gente possa fazer um grande encontro, de todas as correntes, quero paz", expressou Zeca. O PT é dividido em vários grupos, os principais são PT vivo (de Amarildo) – CNB (Zeca, Vander e Paulo Duarte) – Movimento PT (Delcídio do Amaral e Pedro Teruel) – PT em Primeiro Lugar (Antonio Carlos Biffi) – PT de Lutas e de Massa (Sandro Fantini), Articulação de Esquerda (Pedro Kemp) e Democracia Socialista (João Grandão), e o Núcleo Socialista.
