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quinta-feira, 28 de março de 2024

Sistema político é apodrecido e propicia a corrupção, diz coordenador da Lava Jato

2016-07-18 15:02:00

Nós temos um sistema político apodrecido, que propicia a corrupção e a impunidade", disse o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, em entrevista ao jornalista Milton Neves, na Rádio Bandeirantes.

 

Para o procurador da República, o Brasil precisa de reformas estruturais que possam mudar o atual cenário, mas alerta que é um erro "demonizar a política", apesar dos sucessivos escândalos envolvendo homens públicos.

 

“Não podemos generalizar e dizer que todo político é corrupto; dessa forma, não só condenados os bons junto aos ruins, como desestimulamos que os bons cidadãos entrem na política”, explicou. 

 

O coordenador destaca a importância de seu projeto de lei, conhecido como 10 medidas contra a corrupção. “[Tive a ideia para esse projeto] quando voltei de Harvard e após ter conhecido um sistema de Justiça que funciona muito melhor”, detalhou. “O nosso [sistema judicial] é uma piada. A ideia que o brasileiro tem de que tudo relacionado à corrupção acaba em pizza, infelizmente, é verdade.” 

 

Encabeçado pelo Ministério Público Federal, o texto teve amplo apoio da sociedade e já está nas mãos do Congresso. Deltan Dallagnol resume as propostas em três tópicos: prevenção, punição e recuperação de recursos públicos desviados.

 

“É um pacote que atua em diversas frentes para fazer com que a pessoa queira ficar longe da corrupção”, disse. “Quando se faz um balanço de custo e benefícios da corrupção, a corrupção tem de ser um crime de alto risco. Não pode valer a pena, como vale hoje”, pontuou. 

 

Falando sobre a Lava Jato, o procurador da República afirmou que o Brasil vive um “momento único” no combate à corrupção. Dallagnol reforçou que os brasileiros precisam se posicionar e cobrar do Congresso a aprovação de medidas mais duras contra políticos desonestos.

 

“O que estamos vivendo com a Lava Jato nos dá esperança de acreditar que, agora, é possível ir adiante [no combate à corrupção]. Se as pessoas não mantiverem sua indignação, nada vai acontecer”. 

 

 

O procurador ressalta que, após dois anos de investigação da famigerada operação, nada mudou no sistema político do país, que possui muitas brechas para atos mal intencionados. 

 

“Teremos novas ‘Lava Jato’ daqui a cinco ou dez anos se nada for feito”, ressaltou. “Ainda assim, acho possível que essas medidas sejam implementadas porque os congressistas contrários às propostas são a minoria. Há uma frente parlamentar, com mais de 230 deputados e senadores, querendo a aprovação dessas dez medidas.” 

 

Na opinião do procurador, o avanço das propostas contra a corrupção vai ajudar a resgatar a credibilidade do Congresso. Todos os detalhes sobre o projeto estão no sitedezmedidas.mpf.mp.br

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