2016-05-13 16:59:00
O presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), negou nesta sexta-feira (13) que vá renunciar ao cargo. "Não tem renúncia. Sem renúncia", disse a jornalistas.
Maranhão já havia dito a parlamentares, nesta quinta, que se recusava a deixar a vice-presidência da Casa, o que significaria abrir mão da presidência interina. Líderes partidários começaram a pressionar pela renúncia logo depois que Maranhão tentou anular a votação do impeachment na Câmara.
O deputado do PP assumiu a presidência daCâmara na semana passada, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi afastado por determinação do Supremo Tribunal Federal(STF).
Próximos dias
Nesta quinta, o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur, afirmou que Maranhão foi eleito, logo é o presidente. "Temos que seguir com o andamento das matérias. O Maranhão errou e deve resolver seus problemas sozinhos. Vamos dar um prazo de 15 dias para a poeira baixar."
Diante desse cenário, a proposta do primeiro-secretário é que, pelo menos nas próximas duas semanas, Maranhão saia da linha de frente dos trabalhos e as sessões da Câmara sejam conduzidas pelos demais integrantes da Mesa Diretora, com a anuência dos líderes partidários.
“Sinto que não deveríamos judicializar essa questão [da presidência]. Nos próximos 15 dias, o Colégio de Líderes pode tocar as sessões”, afirmou. Mansur argumentou que novas eleições neste momento na Câmara poderão, eventualmente, atrasar a discussão de matérias a serem enviadas pelo novo governo do presidente Michel Temer ao Legislativo.
Conselho de Ética
O DEM e o PSD chegaram a acionar o Conselho de Ética apresentando uma representação contra Maranhão sob o argumento de que ele cometeu abuso de poder ao tentar anular o resultado de uma votação decidida no plenário, medida que não tem previsão regimental.