18.8 C
Amambai
quinta-feira, 28 de março de 2024

Mãe mata a surras e maus-tratos filha de 4 anos

2007-07-01 14:30:37

A atendente Paula Francinete Cavalcante, de 27 anos, não chora a morte da filha Bárbara, de 4. Durante dois anos, rejeitou a menina. A vida curta da criança, que nunca sorriu, foi repleta de dor, privações, fome e muita, muita tristeza. O corpinho de Bárbara não agüentou tanta surra, falta da luz do dia, de comida e, principalmente, de carinho. Morreu no último dia 22 de junho, desnutrida, com broncopneumonia e vítima de maus-tratos.
– Ela era agressiva…Eu não tinha paciência – disse Paula.

Presa, a mãe admitiu ter feito com a criança o que nem um animal agüentaria.

– Eu amarrava as mãos dela porque não queria que ela chupasse os dedos…Uma vez a coloquei de castigo ajoelhada no milho…Isso não se faz nem com um animal. Ele não agüentaria.

Na cadeia, Paula é desprezada até pelas detentas juradas de morte. Não consegue dormir nem comer. A culpa é como um fantasma que atormenta. Apanha das presidiárias e admite: “Mereço tudo o que estou passando.” Para completar a penitência, não recebe nem sequer uma visita de parentes. Está só e tem medo de morrer.

Desde que estava na barriga da mãe, Bárbara sofria. Paula tomou chá supostamente abortivo, mas disse que não sabia ao certo o efeito. Em setembro de 2002, assim que nasceu, Bárbara foi abandonada na maternidade Amador Aguiar, em Osasco, na Grande São Paulo. Paula fugiu e perdeu a guarda da criança. A menina foi levada a um orfanato onde viveu até 2004. A mãe passou a visitá-la e, em pouco tempo, a Justiça devolveu-lhe o direito de cuidar dela.

O que era para ser a chance de viver no seio da família, tornou-se uma sucessão de dias angustiantes. Bárbara morreu no colo do avô, pai de Paula.

Pena pode chegar a 16 anos de prisão

A atendente Paula Francinete Cavalcante, de 27 anos, cumpre prisão temporária de dez dias na cadeia de Jandira, na Grande São Paulo. Se condenada por maus-tratos, ela pode cumprir pena de cinco a 16 anos de reclusão, segundo o delegado Francisco Pereira Lima.

Paula Francinete foi presa no último domingo, no centro de Osasco, por policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) da cidade.

– Foi uma pessoa da própria comunidade que fez denúncia – diz o supervisor do Garra, delegado Pedro Luiz Pórrio. Depois da morte da filha, em 22 junho, ela não voltou mais à favela — corria o risco de ser linchada.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 28 de março de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

As Mais Lidas

MDB anuncia nesta sexta pré-candidatura de Sérgio Barbosa a prefeito em Amambai

Vilson Nascimento Um ato do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) previsto...

INSS suspende bloqueio de benefício por falta de prova de vida

O Ministério da Previdência Social decidiu que, até 31...

Portuguesa vence Náutico por 2 a 0 diante da torcida

Vitória do time rubro-verde de Mato Grosso do Sul!...

Temporal com vendaval e chuva forte derrubou várias árvores em Amambai

Vilson Nascimento Uma chuva forte acompanhada de vendaval derrubou árvores,...

Enquete