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quinta-feira, 28 de março de 2024

Caso Funai:Caciques da fronteira pedem apoio do MPF

2007-05-14 12:33:00

Vilson Nascimento

Uma comissão formada por quatro caciques (capitães) se deslocou na manhã dessa segunda-feira para Dourados para pedir apoio do Ministério Público Federal em relação ao fechamento da Delegacia Regional da Funai em Amambai.

Os líderes indígenas, Rodolfo Ricarte da Aldeia Amambai em Amambai, Hamilton Lopes da Aldeia Maracatu em Antônio João, Assunção Samariego da Aldeia Porto Lindo em Japorã e Jorge Gonçalves da Aldeia Porto Lindo Piraquá em Bela Vista, que representarão caciques de outras 18 aldeias atendidas pela regional, querem o apoio do MPF no sentido de manter a regional do órgão em Amambai.

Segundo o cacique Hamilton Lopes, além do prejuízo para as comunidades indígenas da região que ficarão sem assistência adequada, o fechamento da sede da Funai em Amambai significa uma “derrota” para os povos indígenas da região, que após anos de luta, conquistou a Delegacia Regional em 1986, vinte anos atrás e agora, sem se quer serem ouvidos, tiveram a regional retirada.

“Muitos dos nossos patrícios que lutaram anos e anos para a implantação dessa Delegacia Regional aqui em Amambai já morreram e cabe a nós, índios guarani, honrar a luta desses líderes e também lutar pela permanência da regional”, disse Hamilton Lopes.

Lideranças de todas as 22 áreas indígenas divididas em 12 municípios da fronteira, assistidas pela já extinta Delegacia Regional da Funai em Amambai estão, nesse momento, reunidas no prédio da Funai em Amambai. Eles aguardam a manifestação da Funai em Brasília, que até o momento não se pronunciou, para tomar uma decisão sobre como agir.
Segundo as lideranças se em 24 horas a Funai não se pronunciar, eles serão obrigados a realizarem manifestações de forma mais dura para chamar a atenção das autoridades, da imprensa e da sociedade para a questão, ações essas que incluiriam, inclusive, bloqueios de estradas e rodovias em toda a região.

No sábado, após uma reunião realizada na escola da Aldeia Amambai, os líderes indígenas se deslocaram para a rodovia MS 386, trecho que liga Amambai a Ponta Porã e chegaram a fechar meia pista para o trânsito, como forma de chamar a atenção da sociedade em geral para o problema que estão enfrentando.

Classe Política Engajada- A classe política da região também está engajada na luta pela permanência do órgão federal em Amambai.
O presidente da Câmara de Amambai vereador Osvaldo Machado Franco, o “Coconho” (PRONA), informou que já entrou em contato com deputados e com o Senador Delcídio do Amaral (PT), buscando apoio político para a manutenção da Delegacia Regional da Finai em Amambai.

O vereador Josmair Cardoso (PR), que esteve acompanhando os indígenas durante a manifestação no sábado, informou hoje pela manhã que manteve contato por telefone com o deputado federal Waldemir Moka (PMDB) e o deputado teria se comprometido em se interar da situação e lutar pela manutenção da regional do órgão em Amambai e o  prefeito do município, Sérgio Diozébio Barbosa (PDT ) também estaria empenhado em impedir que a Delegacia da Funai, hoje extinta e transformada em núcleo, passando a ser subordinada a recém criada Delegacia Regional de Dourados, deixe de fato Amambai.

O fechamento da regional do órgão em Amambai, além de afetar o atendimento a cerca de 25 mil índios guarani-kaiowá e guarani-ñhadeva, pode sobrecarregar os setores de assistência social dos municípios onde as aldeias estão instaladas

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