2007-05-10 05:43:00
A juíza federal Daniela Paulovich de Lima, de Ponta Porã, deferiu ontem, quarta-feira, o mandado de reintegração de posse impetrado nesta terça-feira pelos donos da fazenda Madama, em Amambai, na região Sul do Estado. A área, de 2,2 mil hectares, é reivindicada como terra indígena. No despacho, a juíza afirma que, “embora os índios aleguem que buscam reaver suas terras, a invasão não é meio lícito de promover demarcações”.
O advogado do proprietário da fazenda, Riad Emilio Saddi, informou que está de posse da decisão e que falta, ainda, oficiar a Polícia Federal e a Funai (Fundação Nacional do Índio) a respeito da decisão. Saddi acredita que a desocupação possa ser feita amanhã.
No último dia 2, a justiça já havia concedido aos proprietários da Madama um interdito proibitório, medida que impedia a ocupação da área, sob pena de pagamento de multa de R$ 500 por cada ato de turbação.
Mas no fim de semana, o grupo ocupou parte da área. Além de reivindicar a fazenda como território indígena, eles cobram o esclarecimento do assassinato de Xuretê Lopes, de 70 anos, que foi baleada com um tiro no peito durante uma controvertida desocupação da propriedade em janeiro deste ano. O inquérito sobre o caso foi prorrogado e até o momento não houve indiciados.
No início do ano, indígenas da aldeia Taquapery, em Coronel Sapucaia, ocuparam a fazenda, que abrigaria um cemitério guarani. Após a expulsão, os índios foram para as margens da MS-289 e, no domingo, um grupo que estava no acampamento retornou à propriedade rural, desobedecendo a decisão anterior da Justiça Federal.
Depois disso, de acordo com a Polícia Federal, o abate de um boi em uma propriedade vizinha acirrou os ânimos entre os fazendeiros e os índios. Uma equipe da polícia foi até a fazenda, porém não houve acordo com os cerca de 40 indígenas acampados no local.