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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Revista diz que PF de MS manteve esquadrão da morte

2007-04-08 00:36:00

Reportagem publicada na revista Istoé deste fim de semana reaviva um assunto que gerou polêmica no fim da década de 80, as denúncias de existência de um esquadrão da morte na Polícia Federal, com a participação de agentes federais que atuam ou atuaram em Mato Grosso do Sul. A reportagem cita como exemplo da existência do grupo a morte de Adilson Martins, de 20 anos, em 1989, em uma das celas da superintendência da PF em Campo Grande.

Adilson teria sido torturado por policiais até a morte. A família foi à Justiça Federal conseguiu uma indenização de R$ 55 mil, após a confirmação da morte nas dependências da corporação, que é considerada a elite das estruturas policiais no País. A sentença, de 1997, é assinada pelo juiz Renato Toniasso.

Segundo a reportagem, a ex-presidente da OAB em Mato Grosso do Sul Elenice Carille foi procurada recentemente por policiais dispostos a denunciar os crimes cometidos pelos policiais envolvidos no esquadrão.
O principal acusador dos ex-companheiros é Belton Gomes da Silva, que teve pedido de proteção requisitado pelo Ministério Público do Ceará, na semana passada. Belton aparece na sentença em favor da família de Adilson como responsável pelas denúncias aos colegas, feitas ao diretor da PF à épocas, Romeu Tuma. Ele diz, na reportagem, que os crimes cometidos pelo grupo estão por prescrever mas que ainda é possível identificá-los e punir os responsáveis.

Belton diz ter sido alvo de 30 inquéritos na PF e de 11 ações por denunciação caluniosa, das quais afirma ter se livrado de nove. Na reportagem, atribui o fato de ainda estar vivo à interveniência do então deputado federal e hoje presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O policial conseguiu proteção policial na década de 90 e, em 1994, os seus depoimentos teriam levado ao afastamento do superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Roberto Alves. Belton diz ter recebido várias ameaças de morte e, por isso, teve de fugir do Estado.

A reportagem da Istoé cita ainda como envolvidos no esquadrão policiais que hoje ocupam cargos de chefia, como o atual superintendente da PF no Amazonas, José Renan Ribeiro, chefe dos policiais que teriam participado da tortura em 1989 contra Adilson, e presidente do inquérito aberto para investigar o caso, que, conforme a revista, serviu apenas para apontar a vítima como traficante.

São citados ainda Rogério Silveira D’Ávila, atual chefe do Serviço Regional Oeste da Coordenação de Segurança Privada da PF; Valdir Arno, que 1989 foi apontado como uma das pessoas que acompanharam a diligência na casa do comerciário Adilson, quando teria sido plantada a droga usada para acusá-lo. Arno ainda está trabalhando em Mato Grosso do Sul. Ele nega participação nos crimes. “Nunca vi esse Adilson na vida”, garantiu, segundo o texto da Istoé.

O agente Alexandre Simões de Luna também é citado, como o responsável por forjar apreensões de drogas e pelo sumiço de 30 kg de cocaína. Um levantamento feito em 2002 pelo Ministério Público mostrou que em 1995 o policial movimentou R$ 223 mil sem justificar a origem do dinheiro. Procurado pela revista, ele teria respondido da seguinte forma: “Isso tudo é brincadeira!”. Quanto ao patrimônio, a afirmação atribuída a ele é que se trata de dinheiro da família. Outro implicado, conforme a reportagem, é o agente Sérgio Luiz Macedo , hoje na PF em Belo Horizonte. A reportagem afirma que ele não retornou as tentativas de contato.

Um facsímile de um ofício da Ordem dos Advogados do Brasl enviado ao então presidente Fernando Collor de Mello, anexo à reportagem, comprova que ele foi avisado das denúncias. O ofício é assinado pelo chefe do gabinete militar de Collor, Agenor Homem de Mello.

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