2007-01-30 18:27:00
A Polícia Federal tinha prendido até a tarde desta terça-feira 21 pessoas na Operação Tolibra, contra o tráfico internacional de drogas. Dos presos, seis são de Mato Grosso do Sul, sendo que dois já estavam na cadeia. Em Campo Grande, um dos presos é o empresário Tenilas Rocha Dias, sócio proprietário da locadora de DVDs MegaMil, instalada na rua Euclides da Cunha.
Ao todo, eram cerca de 80 mandados de prisões e busca e apreensão para serem cumpridos. No Estado voltou a ser preso o piloto Marcelo Coelho de Souza. Ele tinha sido preso por tráfico em novembro do ano passado, dias após ter caído com uma aeronave em São Gabriel do Oeste. Nela, a PF encontrou US$ 709 mil e R$ 10 mil. Também foram presos Paulo Salinet Dias, pai de Tenilas; e Joacir Bambil, ambos em Dourados. Já estavam na cadeia os irmãos Vanderlei José Ramos e Dirnei de Jesus Ramos.
No Maranhão, a PF prendeu Ali Hussein Osman, libanês naturalizado brasileiro e morador em São Paulo; Marcone de Oliveira Trindade, que declarou ser advogado; e Dilson de Jesus Almeida Costa, que trabalha na Marinha.
A PF aponta como “cabeça” do esquema o libanês Josef Nour Ediline Nasrala, preso em Valinhos (SP). A operação foi comandada pela PF em São Paulo, que não detalhou o envolvimento dos presos de MS na conexão de tráfico internacional. Todos serão levados para SP. A quadrilha é acusada de fornecer droga para países europeus e Estados Unidos e teria ramificações ainda no Pará, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A droga era levada em navios e por mulas.
A polícia alemã alertou a Polícia Federal sobre a ação e há cerca de três anos foi iniciada investigação com agentes alemães, belgas, espanhóis e italianos. Já ocorreram várias prisões e grandes apreensões associadas ao grupo.
Estima-se que a quadrilha tenha movimentado mais de 1 milhão de euros e US$ 800 mil, destes quase 400 mil euros e US$ 600 mil já apreendidos. Nesta terça-feira, foram recolhidos R$ 75 mil e US$ 15 mil. Foram apreendidos ainda 15 veículos, sendo nove de luxo, dois aviões (um monomotor e um bimotor) e 90 peças em jóias e semi-jóias. Em MS, foram 12 mandados de busca em Campo Grande, Dourados e Amambai. Na locadora Megamil foram recolhidos documentos.
A operação ganhou o nome Kolibra em referência à conexão libanesa e brasileira do tráfico. Os presos responderão por tráfico internacional, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.