Ex-funcionários da Caixa e ex-agentes e agentes do Sine são suspeitas de fazer parte da organização criminosa desarticulada nesta quinta-feira (18), durante a operação Stellio da Polícia Federal. Conforme as investigações, cada um tinha uma função no grupo. Os ex-funcionários do banco liberavam Cartões do Cidadão para que os membros da organização fizessem saques fraudulentos do seguro-desemprego. A informação foi dada pelo delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários e responsável pela investigação, Luiz Felipe Felipe da Silva. A PF também constatou fraudes contra o FGTS e empresas de consórcios.
Ao todo, 136 mandados foram cumpridos em sete estados, sendo 70 de prisões. No Tocantins, 30 pessoas foram presas. Duas eram funcionárias da Caixa e duas do Sine. O chefe da quadrilha foi capturado em Goiânia. O principal auxiliar dele foi preso em uma casa, em Palmas. A suspeita é que o grupo tenha causado um prejuízo de R$ 320 milhões.
A polícia informou que, com o dinheiro fraudado, o grupo fazia lavagem de dinheiro, comprando propriedades rurais, gado e outros bens de alto valor, como casas e carros luxuosos. Um camaro foi apreendido em Santa Catarina.
O delegado detalhou o funcionamento da organização. A fraude no seguro-desemprego era o maior foco do grupo.
“Eles cooptavam os agentes credenciados do Sine, conseguiam a senha, entravam no sistema e faziam as inserções de requerimentos de seguro-desemprego fraudulentos. Também arregimentavam laranjas, muitos do Tocantins, e de outros estados para sacar os valores”, explicou. As fraudes foram constatadas entre os anos de 2014 e 2015.
Os ex-funcionários da Caixa são suspeitos de repassar para a organização os cartões-cidadão. Desse modo, os membros da organização conseguiam retirar os valores. Segundo a PF, funcionários que trabalhavam nos caixas também permitiam que membros da organização fizessem os saques. No Pará, a polícia apreendeu 300 cartões com um suspeito.
A PF informou que 14 agentes e ex-agentes do Sine foram presos, sendo que dois são do Tocantins, sete de Goiás e cinco do Maranhão. Dos funcionários da Caixa presos, dois são do estado e um do Maranhão.
Polícia Federal desarticula esquema que fraudava seguro-desemprego e FGTS (Foto: Jesana de Jesus/G1)