2007-08-17 11:17:00
Sempre de ressaca
O Ministério da Saúde lançou a campanha de prevenção dos riscos do consumo de bebidas alcoólicas. As peças publicitárias vão ser divulgadas na TV e no rádio e têm como alvo principal os jovens e adolescentes. A idéia inicial é de limitar o horário da propaganda por meio de uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
A campanha tem como argumento números do Ministério da Saúde, o consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes de
Seria cômico se não fosse ridículo o fato de que é público e notório o consumo, nem sempre moderado, de bebidas alcoólicas por parte do presidente da República, sendo com freqüência fotografado com a expressão alterada pela bebida. Ele, agora mesmo na Jamaica, mais uma vez demonstrando toda a sua incontinência verbal enalteceu o consumo da cachaça, além disso foi deselegante com o governador geral do país professor Kenneth O. Hall, haja vista que a cachaça é concorrente de um dos maiores itens de exportação daquele país, o apreciado Rum da Jamaica.
Está certo que Lula falou com propriedade e segurança sobre algo que domina muito bem: a cachaça brasileira. Afirmou na Jamaica que, “o dia em que o mundo experimentar a boa cachaça brasileira, o uísque vai perder mercado”
Mas o ministro da Saúde José Gomes Temporão diz que não há incoerência entre a campanha e o que o presidente expele: “Lá estamos vendendo um produto para exportação. Aqui queremos chamar a atenção para o consumo abusivo. A bebida é socialmente aceitável e pode até ser motivo de alegria e de prazer”. Ou seja, ele botou o “galho dentro” e tentou minimizar o fato de ter “falado de corda em casa de enforcado”, ainda mais sendo o enforcado seu chefão.
A viagem do presidente à América Central não poderia ser um fiasco maior. Nada que se aproveitasse, exceto a ótima trova de um cidadão indignado postada num blog na internet
“Na primeira vez errou o nome do presidente, acertou o país e elogiou a cachaça.
Na segunda, errou o nome do presidente, acertou a cachaça e elogiou o país.
Na terceira, acertou o nome do conhaque Presidente, errou o presidente e bebeu a cachaça…..É dose, viu !!!!! E haja doses…..”
Nunca antes nestepaiz tivemos um presidente que entendesse tanto de álcool e vivesse de ressaca.
O bom exemplo – O ex-presidente da República Itamar Franco é tido como um político canhestro e eu mesmo cansei de criticá-lo por ser um homem rancoroso e mau humorado. Mas Itamar é um homem íntegro, uma raridade atualmente entre os políticos .
Lembrei-me de dois fatos que hoje são raras preciosidades nos Poderes da República:
No primeiro Itamar Franco enfrentou nada mais nada menos que a ira de Antonio Carlos Magalhães, ignorando sua malvadeza quando Itamar nomeou ministro Jutahy Júnior inimigo de ACM, este gritou que tinha um dossiê de provas de corrupção no governo.
Itamar pediu-lhe o dossiê. À frente de uma tropa, ACM atravessou a Praça dos Três Poderes, com a sua peculiar arrogância, segurando uma pasta cor-de-rosa com seu propalado e temível dossiê, mas ao entrar no gabinete presidencial, encontrou toda a imprensa lá dentro. Pediu que os jornalistas saíssem, mas Itamar objetou e sugeriu que mostrasse o dossiê à vista da imprensa. ACM não tinha nenhum dossiê consistente. Deu uma desculpa e saiu com as orelhas baixas e o rabo entre as pernas.
Algum tempo depois, levantaram-se suspeitas sobre a integridade de seu ministro chefe da Casa Civil Henrique Hargreaves, este percebeu que não poderia constranger o presidente, de quem era ministro e também amigo há décadas, permanecendo no cargo, sob suspeita, enquanto uma CPI investigava se ele havia ou não praticado ladroeira.
Diante disso, Hargreaves seguiu o recomendado pelos bons costumes republicanos e fez o que deveria fazer: apresentou sua demissão ao presidente da República, que imediatamente aceitou e foi para casa aguardar as apurações.
Em fevereiro de
Lamentável que o atual presidente não tem a capacidade, a coragem e a vontade de seguir esses exemplos.