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sexta-feira, 29 de março de 2024

Periscópio “Enlouqueci?” por Antonio Luiz

2007-07-13 12:42:37

              Ao ler o resultado da pesquisa que mostra o elevado índice de confiança em Lula e de aprovação de seu governo, cheguei à conclusão de que preciso urgentemente me tratar, procurar ajuda psicológica, pois estou com mania de perseguição a Lula, extremamente negativista, distorcendo fatos e não conseguindo enxergar as maravilhosas realizações de seu governo. Quero passar a ser feliz, como os mais de 60% de brasileiros da pesquisa.

              É inacreditável que 50% dos brasileiros considerem o governo Lula bom ou ótimo. Será que metade dos brasileiros está cega, mal informada ou tem algum interesse pessoal? Ou eu fiquei louco e perdi o senso da realidade. Mas eis que ela está aí, escancarada, para quem quiser ver: escândalos de corrupção como nunca se viu antes, desemprego, desindustrialização, insensibilidade com o agronegócio, juros altos, banqueiros cada vez mais ricos, em detrimento dos trabalhadores, violência  e insegurança crescente e miséria. Se esse é um bom governo, o que será um governo ruim?

 Teimosia e burrice – Parte da imprensa está  começando a reclamar a forma como alguns de seus colegas estão tratando a questão senador Renan Calheiros  e que as denuncias venham recrudescendo a cada dia. Ora, se o senador está sendo tratado como dureza, sem dúvida foi por causa das mentiras que tentou pespegar na população.

              Se fizermos uma retrospectiva dos acontecimento desde o início, vamos encontrar uma sucessão de erros primários associados a uma patifaria sem tamanho.

              Nada disso estaria acontecendo se ele, valendo-se da justiça, interpelasse os primeiros acusadores, a revista Veja e o jornalista Policarpo Junior, a provarem o que estavam noticiando, isto é, que a pensão alimentícia a uma filha fora do casamento e à mãe desta. era paga por um lobista da construtora Mendes Junior.

              Mas não, sabendo que seu salário como senador era incompatível a quantia paga, resolveu provar que tinha dinheiro de outras atividades que lhe permitiriam arcar com a despesa, esse foi o começo do que ele chamou “seu Calvário”.

              Ele apresentou documentação, que teoricamente, viria provar que com a venda de gado de suas fazendas, tivera um faturamento volumoso. Primeiro fato a pegar, foi preço de venda, bem maior que o de mercado, depois faltou combinar: Renan disse que tinha um número de reses, mas não combinou com o gerente das fazendas, que inadvertidamente, ao ser perguntado por um jornalista deu um número notadamente menor; faltou combinar com os compradores, alguns dos citados pelo senador, disseram a um jornal televisivo, jamais ter comprado o tal gado. Sem contar o corporativismo deslavado que ele tentou implantar no Conselho de Ética.

              Estava tudo nesse pé, atolado até o tornozelo, quando a lama subiu até os joelhos. A Polícia Federal  em perícia feita na defesa apresentada por Renan Calheiros, detectou 20 inconsistências ou indícios de irregularidades na documentação reunida e apresentada pelo presidente do Senado para tentar comprovar que teve ganho de R$ 1,9 milhão com a venda de bois e vacas desde 2003. Essa perícia foi realizada em 48 horas e será o ponto de partida para outra mais “aprofundada” para que PF possa comprovar ou não a veracidade da papelada de Renan e das supostas transações agropecuárias feitas por ele.

Entre os problemas encontrados pela PF estão a ausência de notas fiscais para provar as supostas vendas de gado em 2004; divergências entre as notas fiscais apresentadas e as GTAs (Guia de Trânsito Animal, documento exigido para o transporte de animais vivos); e indícios de irregularidades nas empresas que supostamente compraram o gado de Renan.

              Agora está  enroscado numa ligação suspeita com a cervejaria Schincariol. Está firma já esteve nas páginas policiais, primeiro com o assassinado de seu dono José Nelson Schincariol,  fato que até hoje não foi devidamente esclarecido. Dois anos depois uma mega-operação da Receita Federal e da PF, prendeu os donos, diretores e advogados a cervejaria, por estarem envolvidos num esquema de sonegação.

              O caso Schincariol será para mais tarde, pois trata-se de um outro escândalo sem ligação com o pensão alimentícia, onde a única ligação é o nome Renan Calhieros.

              O caso da cervejaria vem reforçar a necessidade imediata de sua renúncia, para que o Senado possa voltar ao seu trabalho normal.

              Na última quarta-feira, Renan foi praticamente escorraçado da presidência do Congresso que iria votar a LDO, mas,  teimoso,  recusa-se a renunciar à presidência do Senado e vê, cada vez mais, a opinião pública e de seus pares se voltar contra ele. Teimoso e burro.

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