16.7 C
Amambai
sexta-feira, 19 de abril de 2024

Periscópio “Sem exageros” – por Antonio Luiz

2007-06-30 17:09:37

Sem exageros

              Às vezes me pergunto se não estou exagerando um pouco quando crítico acidamente os brasileiros, uma enorme comunidade que, muito de vez em quando, me orgulho de pertencer. Essas ocasiões têm sido tão raras ultimamente que acho que a última vez que me emocionei com o Hino Nacional foi em 2002 quando ganhamos a Copa do Mundo de presente dos fraquíssimos adversários.

              Depois disso, elegemos um presidente inepto, beberrão e metido a sabe-tudo, quando não se acha o próprio Deus. Nosso povo, que também faço parte, preferiu reelegê-lo, dilatando nossa agonia e tristeza em termos como maior mandatário da Nação um pateta mentiroso. Nesse meio tempo apareceram o Waldomiro Diniz e logo a seguir o  “mensalão” com Marcos Valério, Delubio, Dirceu, Genoino, Baby e outras aberrações como protagonistas principais. Até agora essas figuras que tanto engrandeceram o país continuam a flanar entre os poderosos sem que um sequer tenha ido para a cadeia. Não nos esqueçamos do ínclito Palocci, que acaba de ser condenado pela Justiça de Ribeirão Preto, mas que certamente nem passará perto das grades.

              Nesse país de impunidade, seria ilógico que juizes – aqueles senhores com ar austero, que recebem a “merreca” de mais de 24 mil reais por mês para aplicar a Lei – não estivessem atolados até o pescoço no mar de lama que se transformou essa Banânia. Tem juiz para todo o gosto, desembargador e o escambau. Alguns até foram passar uns dias no xilindró, mas já estão soltinhos da silva. Apenas um está preso. Aquele cabeludo de São Paulo, o tal João Carlos. E os sanguessugas? Nenhum foi cassado ou preso. Estão todos por aí gastando a grana “suada” do povo brasileiro.

              Sobre o  pessoal do dossiê é bom nem falar, afinal são cupinchas do presidente e não iriam mesmo sofrer qualquer conseqüência por serem um bando de aloprados.

E tome operações da Polícia Federal. Hurricane, Navalho Themis, Octopus e outras menos votadas levaram alguns figurões às manchetes das crônicas policiais. Nada aconteceu e, pelo andar da carruagem, nada acontecerá. Enquanto isso, uma mãe desesperada que roubou um pote de manteiga pega uma “cana” exemplar segundo o juiz que a condenou. Um pobre camponês é enxotado do fórum porque não possuía um par de sapatos para calçar e foi obrigado a comparecer de sandálias havaianas.

              Embora sejamos todos brasileiros, alguns poucos são mais brasileiros que a maioria – se é que me entendem? – O Senado Federal vem, nessas últimas quatro semanas, proporcionando um espetáculo deprimente ao tentar livrar o presidente da casa das acusações gravíssimas que pesam sobre ele. Renan Calheiros poderia ser chamado de Renan Calhorda que lhe cairia muito melhor. O currículo dele fala por ele. Sem contar a traição à sua família, Renan mantém relações mais do que perigosas com o lobista de uma empreiteira que pagava a pensão de sua filha de três anos. Enriqueceu espetacularmente nos últimos anos, especialmente depois que o PT assumiu o poder. O desempenho que teve como pecuarista, segundo os “recibos”, “notas fiscais” e “GTAs” que apresentou é espetacular. Inacreditável, o homem é um fenômeno. Menos sorte teve o pecuarista Joaquim Roriz, que por acaso também é senador, que pediu emprestado 300 mil a um amigo que lhe deu um cheque do Banco do Brasil de mais de dois milhões de reais para descontar e devolver o troco. Flagrado numa escuta telefônica, Roriz diz com todas as letras que a mixaria seria dividida entre vários interessados e não queria o dinheiros na sua casa. Pudera, o cheque foi descontado no famigerado Bando de Brasília, outro fiel protagonista de safadezas financeiras.

              Resumo da ópera: Não, eu não estava exagerando. Somos um bando de otários, ou será somos um bando de safados. 

 Covardia

              Cinco, talvez seis, “filhinhos de papai” cariocas agrediram violentamente uma empregada doméstica por imaginarem  que ela fosse uma prostituta. E se fosse? Justificar-se-ia a covardia?

              Felizmente um taxista anotou a placa do carro dos canalhas eles acabaram presos.

              O pai de um dos detidos deu uma entrevista depois de se desculpar com a vítima. E não teve dúvida: “É injusto manter crianças que estudam na cadeia”. As “crianças” a que se refere são maiores de idade, estavam num automóvel, voltavam de uma boate, provavelmente bêbados ou talvez drogados.

                Já o pai da empregada, um homem simples, disse o óbvio: há pais, hoje em dia, que não querem saber onde estão seus filhos e o que eles fazem. Por isso, ele criou uma mulher decente, que trabalha e ganha a vida honestamente. Enquanto o outro está implorando impunidade para o seu marginal chique.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 19 de abril de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

As Mais Lidas

Casal é preso acusado de matar e decapitar jovem indígena em Amambai

Vilson Nascimento Por meio de um trabalho rápido e eficiente...

Homem e mulher tem veículo alvejado por disparos em Amambai

Vilson Nascimento A Polícia Civil está apurando uma tentativa de...

Portuguesa vence Náutico por 2 a 0 diante da torcida

Vitória do time rubro-verde de Mato Grosso do Sul!...

Quartas de final do Intervilas 2024 acontecem nesta segunda e na sexta-feira em Amambai

Vilson Nascimento Tem início previsto para a noite desta segunda-feira,...

Enquete