Editorial “Enersul” – por Clesio Ribeiro

2007-06-08 14:30:00

           A Enersul é uma empresa que não está agradando os sul-mato-grossenses. Normalmente as empresas fazem de tudo para agradar seus clientes. A Enersul não. Cobra a maior tarifa de energia elétrica do Brasil e cada vez aumenta mais. Essa semana, o deputado estadual, Pedro Kemp (PT)  sugeriu que o Estado reestatize a empresa de energia elétrica que foi privatizada há 10 anos. A tarifa elétrica em Mato Grosso do Sul é uma espécie de “ditadura” – eles aumentam e nós pagamos “calados”.

            A sociedade está pagando muito caro pela estatização da Enersul, que foi vendida à Escelsa, companhia que também é responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado do Espírito Santo, por R$ 625 milhões há 10 anos, no governo de Wilson Barbosa Martins. O último aumento abusivo da energia atingiu as indústrias. A tarifa subiu 28,79%.  Um absurdo!!!

            Para os governantes, seja o estadual ou o federal, acaba sendo atrativo as altas tarifas elétricas, já que gera uma alta arrecadação de impostos em ICMS. Mas o consumidor é quem paga a conta. Uma família que recebe salário mínimo, por exemplo, gasta mais de um quarto do salário com energia elétrica.  Não demora e estaremos gastando mais com energia do que com comida.

            O deputado estadual Pedro Kemp tocou num assunto importante: reestatizar a Enersul, ou seja, sugeriu que o Estado estude a viabilidade de comprar a empresa de volta. É só uma sugestão, que dificilmente será levada adiante. Mas é uma sugestão coerente: “se a população em geral está descontente com o serviço da empresa, porque somos obrigados a continuar com ele?

            Os donos da Enersul, como disse o senador Delcídio do Amaral, moram em Portugal. São empresários que nem conhecem direito a realidade do nosso Estado. Os funcionários da empresa, gerentes e técnicos não têm culpa nenhuma, mas já sentem  o peso de carregarem no guarda-pó a marca Enersul, que está sendo vista como uma empresa “Non Grata”.