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terça-feira, 23 de abril de 2024

Periscópio “Amigões?” – por Antonio Luiz

2007-06-08 10:07:00

Amigões?
            O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, disse na época, que Benedita da Silva tinha explicado satisfatoriamente o uso do dinheiro público para fins particulares, que daria um cheque assinado em branco para Roberto Jefferson, que tinha total confiança em José Dirceu e no “nosso Delúbio”, que Antonio Palocci não deixaria o ministério nem que quisesse, que seu filho ganha muito dinheiro porque é um fenômeno, na semana passada afirmou que a defesa de  Renan Calheiros foi satisfatória e que confiava em suas explicações. Agora é seu irmão que entrou na roda-viva das suspeições que infestam o país. Como pode um presidente da República ter tantos “amigos” enrolados em safadezas. Podem até dizer que não se provou nada, porém só o fato desse pessoal ser indiciado já depõe inevitavelmente contra o presidente. Se ele tivesse a coragem do paranaense que escreveu a carta abaixo, talvez ele não tentasse bloquear CPIs que vasculhassem as obras da Infraero, por exemplo. Mas “nosso guia” sempre defende o indefensável. Agora só está faltando ele dizer que não bebe.

A Carta
            Surpreendido por uma carta de seu filho ao jornal O Estado do Paraná, publicada na semana passada e posteriormente republicada em jornais importantes do país, um dos principais auxiliares do governador Roberto Requião – o secretário especial de Obras, Luiz Caron – pediu demissão. Até aí, nada demais. Tem muita gente pedindo demissão pelo país afora. O curioso são os termos da carta de Guilherme Richter Caron. Só alguns trechos:

“O dia aqui amanheceu frio, cinza, porém muito mais bonito que os dias que tem feito aí, no Paraná. Estou morando em uma cidade litorânea de Santa Catarina, bem pequenininha. Não sei se chega a 20 mil habitantes. (…) É um lugar onde as pessoas só ambicionam a qualidade de vida, o amor entre as pessoas, amor ao meio ambiente… Completamente diferente daí.

            A causa desta reviravolta em minha vida, e conseqüentemente na da minha família, foi porque depois de ter trabalhado quatro anos dentro de um governo com tantos indícios de corrupção, minha decepção foi tamanha a ponto de mudar até meu estilo de vida, e principalmente meu padrão.

            Hoje vivo com muito menos. Meu lazer aqui não custa nada, me sinto feliz e em sintonia com meus filhos e minha esposa. Até isso foi tirado de mim quando estava no meio daquela corja. Enfim, valeu como aprendizado. Mas não quero passar por aquilo nunca mais. Conviver com pessoas que gastam todo seu tempo pensando em como prejudicar alguém, como tirar este ou aquele do caminho para poder fazer alguma pilantragem, conviver com ameaças – sim, ameaças, eu e minha família fomos alvos de inúmeras ameaças via telefone, cartas e até e-mails.

            (…)E meu pai… Infelizmente não saiu do governo quando foi ofendido pelo desvairado. Manteve-se íntegro, mas muito triste por ter engolido aquele sapo sem ao menos a ajuda de um copo d’água. Os motivos daquele ataque de nervos do governador não foi apenas por causa da Cequipel (fornecedora de móveis na reforma do Palácio Iguaçu) ou das divisórias.

            Tem muito mais coisa por trás dessa explosão desnecessária. Desnecessária aos olhos de quem assistiu. Mas era necessária para o governador ou para seu irmão mais novo, porque obrigaria uma pessoa que durante quatro anos atrapalhou muitas tentativas de saque da Seop (Secretaria de Obras) (…) a pedir demissão. Eles tinham certeza que meu pai sairia. Até eu briguei com meu pai e escrevi aquela carta por não concordar com o fato de o meu pai ter engolido calado toda aquela humilhação.

Hoje eu compreendo. Ele deixou o ônus para eles. Eles teriam que demiti-lo e era exatamente isso que a corja não queria. Para eles, demitir meu pai era muito arriscado”.

            Enfim, verdadeira ou falsa no seu conteúdo, a carta de Guilherme Caron caiu como uma bomba no Paraná.

            Seria ótimo que servisse de exemplo para que Marcos Valério, o “nosso Delúbio”, Valdomiro Diniz, Palocci, Genoino, Zuleido e outras aberrações não vicejassem por aí e assaltassem o pobre dinheirinho de um povo quase miserável. 

 Para pensar
           “Ponha-se na presidência qualquer medíocre, louco ou semi-analfabeto e vinte e quatro horas depois a horda de aduladores estará à sua volta, brandindo o elogio como arma, convencendo-o de que é um gênio político e um grande homem, e de que tudo o que faz está certo. Em pouco tempo transforma-se um ignorante em um sábio, um louco em um gênio equilibrado, um primário em um estadista. E um homem nessa posição, empunhando as rédeas de um poder praticamente sem limites, embriagado pela bajulação, transforma-se num monstro perigoso”

Olympio Mourão Filho – 1978.

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