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quinta-feira, 28 de março de 2024

Editorial “Educação”

2007-04-27 09:33:00

                A manifestação dos professores contra o piso salarial do Governo Federal é justa. Afinal, um país não pode esperar mudanças sociais pela educação remunerando mau seus agentes. E é justamente isso que o projeto do Governo prevê: reduzir ainda mais o ganho dos docentes. Em Amambai, assim como na maioria dos municípios também houve manifestação. De quebra os professores cobraram maior apoio dos poderes públicos local para o segmento. É uma luta antiga que estava adormecida no governo do PT.

                O Brasil apresenta um dos menores índices de escolaridade do planeta. Enquanto os brasileiros passam, em média, 4,9 anos de suas vidas na escola, os argentinos ficam 8,8 anos e os norte-americanos mais de 12. Com menos tempo na escola, a maioria dos brasileiros sequer ingressa no ensino médio. Apenas 22% da população completou esse nível de ensino, enquanto na Argentina o índice passa de 50%, e nos Estados Unidos chega a 91%. A situação é crítica, porque o mínimo para assegurar um espaço no mercado a qualquer cidadão é concluir o ensino médio.

                A chegada de Lula a presidência da República, de certa forma, contribuiu para minimizar a importância da educação na vida do cidadão, já que, sem ter concluído nem mesmo a 8ª série, chegou ao posto mais alto da nação. Os próprios professores, a maioria inclinada à política de esquerda o elegeram, agora sentem-se traídos pelo pacote de “valorização” da educação, que entre outras medidas, algumas positivas, outras nem tanto, prevê redução de salários.

                Educação não é o tema prioritário de nenhum presidente que já tivemos. No Brasil, um presidiário vale mais que um estudante. Enquanto o País investe pouco mais de US$ 500 por aluno ao ano, o mesmo valor é desembolsado todo mês para manter um detento na cadeia. No ano passado tivemos um político, candidato a presidência da República, insistindo na tecla da educação. Na sua proposta de governo esse tema seria a saída para a maioria dos problemas sociais do Brasil. No entanto, obteve apenas 2,64% dos votos.

                A mobilização dos professores é justa. A valorização do profissional é fundamental para o bom rendimento de sua função. Mas no Brasil, a maioria dos governantes não pensa assim. O nível de sustentabilidade e de capital social de uma nação são proporcionais à qualidade de sua educação. No Brasil das “esmolas” e “mensalão” não há espaço para o tema “educação”.

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