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quinta-feira, 28 de março de 2024

Periscópio – por Antonio Luiz

2006-12-29 09:31:00

Êta aninho ruim…

Para nós brasileiros em geral, 2006 é um ano para ser esquecido. Somente fomos bem em algumas modalidades esportivas como o vôlei e a ginástica. No mais fomos um fiasco.


A economia cresceu pífios 2,8 por cento , ficando na América Latina – região que menos cresce no mundo -, apenas acima do miserável favelão chamado Haiti. No planeta entre as 177 nações pesquisadas ficamos num vexatório 144º. Esse é o espetáculo do crescimento apregoado por um presidente que não sabe nem fazer conta de dividir e que se mete a  entender de economia. Na corrupção, certamente galgamos algumas posições de devemos estar entre os top 10. Na conduta e comportamento, somos uma negação. Não temos educação, saúde e segurança. Não temos Justiça e muito menos um ministro que pudesse ser chamado de tal. O presidente é semi-analfabeto e incompetente. Há jornalistas querendo patrulhar e censurar a imprensa. Que esse ano miserável acabe logo.


Se um filme revivesse a tragédia da política nacional este ano, o script contaria com episódios e personagens de sobra para o desgosto da população. A deputada Ângela Guadagnin caiu no descompasso da sua ridícula dança da pizza, uma espécie de “Passo do Elefantinho”. A greve de fome – mais ou menos, né? –  de Anthony Garotinho engordou a lista de críticas ao político. A prisão dos "aloprados" do PT, no caso do dossiê, ameaçou o partido nas urnas, mas graças à sempre oportuna intervenção do ministro da Justiça a coisa foi ficando por isso mesmo. A absolvição de mensaleiros e sanguessugas, somada ao aumento salarial  de absurdos  91 por cento dos parlamentares, mostrou um Congresso corporativista, podre na essência, amoral, desavergonhado e, sobretudo, aético.


Esses são os fatos políticos mais lembrados – e lamentados – de 2006 por cientistas políticos convidados para elegerem os piores momentos do ano.


Segundo os analistas, de certo modo, a reeleição de Lula representou a vitória do seis em relação à meia dúzia. No debate, só se discutiu adjetivos. Ficaram de fora as questões estruturais.


Mais constrangedor foi a atuação do Congresso. Dos 72 políticos suspeitos serem sanguessugas, só quatro foram punidos pela CPI. A maioria dos mensaleiros riu por último. Dos 19 envolvidos, apenas três foram cassados pela Câmara. Quatro renunciaram e 12 foram absolvidos.


O pior momento foi a absolvição de um número elevado de parlamentares acusados de mensaleiros, alguns réus confessos. Estas absolvições lançaram descrédito sobre o Legislativo.


Pior que a  corrupção, é o que sucede o escândalo e se sobrepõe à sensatez:
As absolvições e a certeza da impunidade  mostram o corporativismo. O grande problema do país e da maior parte dos eleitores fez parte disso, reelegendo gente sem a menor condição moral, a começar pelo presidente da República, um grande mentiroso.  
 

Fala Mercadante, fala…


O relatório da Policia Federal sobre o “dossiê dos sanguessugas” é mais uma daquelas grandes pizzas que nos acostumamos a engolir nos últimos anos, especialmente depois que o Partido dos Trabalhadores subiu ao poder. Nós, o pobre povo brasileiro, nos vimos, de repente, nas mãos da maior quadrilha de políticos que já se instalaram num país. Qualquer país.


A peça produzida pela PF é de um cinismo que encontra paralelo apenas na postura do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Infelizmente, e o povo ainda não se deu conta disso, o aparelhamento do Estado chegou a tal ponto que a Polícia Federal deixou de ser uma polícia do Brasil para ser uma polícia do governo.
 Sumiram quase todos, principalmente  Freud Godoy, o amigo do peito e segurança do homem,  no relatório final. Em lugar deles, por crime eleitoral, um dos indiciados – o mais luminoso entre eles – é o senador Aloizio Mercadante, ex-candidato ao governo de São Paulo com quem trabalhava Hamilton Lacerda, o homem da mala com R$ 1,168 milhão apreendidos no hotel Íbis, em São Paulo. Lacerda, este sim indiciado.


Não seria preciso muito esforço para perceber o que resulta disso tudo. A exclusão dos nomes nacionais até então citados afasta o caso do plano nacional, remete-o à esfera de São Paulo, com o indiciamento do senador Aloizio Mercadante, por crime eleitoral. O senador ficou indignado com o seu indiciamento, xingou os policiais, bateu o pé e deve ter passado um final de ano horroroso.


Pois bem, eu acho que tenho a solução para o senador se livrar desse indiciamento e voltar a sorrir e falar asneiras como sempre fez: basta dizer à Nação de onde saiu o dinheiro. Pela sua reação podemos deduzir que não foi do caixa da sua campanha, mas ele tem condições de descobrir de onde veio a malfadada grana. Simples né?

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