2011-05-09 08:39:00
Apesar de uma série de inovações para facilitar a entrega de armas, o governo federal trabalha com metas tímidas para a nova Campanha do Desarmamento, iniciada nesta sexta-feira. A proposta inicial é recolher até 100 mil armas leves, 1/5 do obtido nas duas edições anteriores.
Para incentivar a entrega, será garantido o anonimato das pessoas que doarem armamento. As peças recolhidas serão inutilizadas de imediato e as indenizações poderão ser sacadas no dia seguinte à doação.O número de postos de entrega será ampliado, com credenciamento de instituições e entidades da sociedade civil, incluindo igrejas. A campanha vai até o dia 31 de dezembro.
Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o orçamento da pasta para pagamento de indenizações a quem entregar armas é de R$ 10 milhões. Como o valor mínimo por compensação é de R$ 100 para armas de baixo calibre, o ministério dispõe de recursos para bancar no máximo 100 mil pagamentos. Nas campanhas anteriores, 2004/2005 e 2008/2009, foram recolhidas 550 mil armas – o valor total pago em indenizações não foi oficialmente divulgado.
Cardozo disse "torcer" para que tenha de cortar recursos de outras iniciativas do ministério para poder ampliar a dotação para pagamentos de indenizações. O ministro ainda afirmou que os cortes orçamentários de R$ 50,1 bilhões promovidos pelo governo federal em fevereiro não vão afetar a campanha ou qualquer outra iniciativa da pasta.
No caso do Ministério da Justiça, o contingenciamento soma R$ 1,52 bilhão. "Nunca vi nenhum ministro gostar quando acaba um recurso. Eu vou gostar se isso acontecer e vou encontrar mais recursos dentro do ministério para comprar mais armas", disse Cardozo, após a solenidade de lançamento da campanha no Palácio da Cidade, em Botafogo, zona sul do Rio.