2011-05-08 11:30:00
No setor público, União, 23 Estados e 152 municípios concedem 180 dias de licença-maternidade às suas servidoras. No setor privado, cerca de 10,5 mil grandes empresas oferecem o benefício — 6,7% das 160 mil, segundo estimativa da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).
O ritmo de adesão ao benefício estendido na iniciativa privada é lento quando comparado aos órgãos públicos, segundo Valdenise Tuma Calil, da assessoria de licença-maternidade da SBP.
Para ela, contudo, é preciso considerar que o programa que permite a empresas estender a licença foi regulamentado em janeiro de 2010. Órgãos públicos podem ampliar a licença-maternidade desde setembro de 2008.
Atualmente, por lei, apenas as empresas enquadradas no sistema de lucro real podem aderir ao programa Empresa Cidadã _geralmente grandes corporações. A participação hoje é facultativa e garante às mães dois meses adicionais aos 120 dias de afastamento.
Há um projeto de lei que amplia esse tempo para 180 dias. A proposta, porém, aguarda votação na Câmara há seis meses, sem previsão para votação. Depois, segue para sanção presidencial.
Na Procter & Gamble, a licença de um semestre acaba de ser adotada, e a diretora de marketing, Danielle Panissa, 32, que está no sétimo mês de gestação, pretende usufruir do tempo a mais.
Panissa está na empresa há nove anos e sairá de licença pela segunda vez _sua filha mais velha tem dois anos.
Quando estava com um mês de gravidez, foi promovida. "Imaginei que esperariam eu voltar [da licença] antes de me promoverem."
Para ela, seis meses com o filho servirão para ter mais segurança em relação à independência do bebê quando tiver que voltar ao trabalho.
Ela diz que o marido, que é piloto, trocou de escala e ficará mais com a criança.