2011-04-08 08:54:00
O perfil de Wellington Menezes de Oliveira, 23, que ontem atirou e causou a morte de 12 alunos no Rio– ainda é desconhecido para as autoridades. As investigações sobre o jovem devem ser intensificadas nesta sexta-feira. Parentes, amigos e vizinhos de Oliveira prestarão depoimentos, além de funcionários e estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (zona oeste), onde ocorreu o crime.
Morreram dez meninas e dois meninos. Outras 12 pessoas ficaram feridas. O atirador, baleado pela polícia, e cometeu suicídio.
Os corpos de ao menos oito vítimas serão enterrados hoje. Por determinação da presidenta Dilma Rousseff, os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Educação, Fernando Haddad, além da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, devem comparecer às cerimônias.
Investigações preliminares indicam que Oliveira apresentava um comportamento estranho nos últimos meses, desde que a mãe adotiva morreu, no ano passado. O pai já havia morrido. De acordo com os relatos, o atirador era introvertido e gostava de passar longas horas em frente ao computador, navegando na internet.
Filho de mãe com problemas mentais que tentou o suicídio, Oliveira era o caçula de cinco filhos e foi adotado ainda criança. Tímido e retraído, segundo vizinhos, ele fazia poucas referências sobre a vida pessoal. Um dos relatos de conhecidos aponta que Oliveira mudou a aparência nos últimos meses, passando a usar basicamente roupas pretas.
Em uma carta deixada por Oliveira, o atirador demonstra ter premeditado o crime, pois faz recomendações sobre como quer ser enterrado e o que deve ser feito com uma casa que deixou em Sepetiba, na zona oeste do Rio. Também pede perdão a Deus pelo ato que cometeu, dando a entender que havia planejado detalhes da ação.
Na quinta (7), após o massacre na escola, policiais encontraram a casa de Oliveira, em Sepetiba, revirada, com o computador e eletrodomésticos queimados. Para alguns policiais, o próprio atirador destruiu possíveis provas ou indícios que pudessem colaborar nas investigações.