2009-04-30 01:40:00
No Brasil, mais de 5 mil pessoas morrem todos os anos pelo uso direto e indireto de agrotóxicos nas lavouras e outro número, incalculável, morre em conseqüência da ingestão de alimentos contaminados.
Esses produtos são responsáveis pelo surgimento de inúmeras doenças nas pessoas e que se manifestam ao longo dos anos. Daí a dificuldade de se precisar com detalhes as conseqüências do uso indiscriminado desses venenos.
Os dados e estimativas foram apresentadas no Seminário Estadual de Segurança e Saúde no Trabalho: As Atividades Laborais na Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool em Mato Grosso do Sul, realizado em Campo Grande ontem e hoje no auditório da Universidade Unaes.A promoção foi da Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho) .
O objetivo do encontro foi promover a reflexão e disseminar informações sobre segurança e saúde no trabalho, enfocadas numa perspectiva multidimensional a partir da legislação pertinente de estudos e pesquisas recentes sobre o tema, visando a prevenção, promoção e preservação da saúde dos trabalhadores desse setor.
Participaram profissionais da área de segurança e saúde no trabalho, membros de CIPAS, sindicalistas, empresários, respresentantes de órgãos governamentais, pesquisadores, estudantes.
Em Mato Grosso do Sul o número de acidentes graves de trabalho ultrapassa 5 mil/ano. De acordo com o diretor da Fundacentro no Estado Marcello Naglis, esses acidentes ocorrem em primeiro lugar nas indústrias de transformação em segundo, na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca. Em terceiro lugar o comércio e por último, a construção civil.
Segundo Marcello Naglis os levantamentos foram feitos e apresentados no Anuário Brasileiro de Proteção 2008. De acordo com esses dados, em 2005 foram registrados em MS, 5.608 acidentes e 42 óbitos nas diversas atividades econômicas: em 2006 esses números aumentaram.
Foram registrados 5.819 acidentes com 50 mortes. Os dados de 2007 e 2008 ainda não foram computados, mas o diretor da Fundacentro não tem dúvida de que ambos os números são crescentes. “Isto, segundo ele, levando em consideração também o fato de que tem aumentado o número de empresas no Estado”, comentou.
Para Marcello Naglis a redução do número de acidentes e mortes só pode ocorrer com a participação de todos os segmentos envolvidos, tanto governo como entidades de classe, empresários e trabalhadores. “Todos precisam se conscientizar de que é preciso melhorar a qualidade de vida de nossos trabalhadores e, consequentemente, de nossa sociedade.
Para o encerramento do seminário na manhã de hoje, esteve presente o presidente nacional da Fundacentro, o médico Jurandir Bóia Rocha. O seminário foi desenvolvido pelos seguintes órgãos e entidades: Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso do Sul – FTI/MS; Associação dos Produtores de Bioenergia de MS – Biosul; Centro de Referência em Saúde do Trabalhador – Cerest, da Secretaria Estadual de Saúde de MS;
Federação dos Trabalhadores na Agricultura – Fetagri/MS; FIEMS/SESI; Fórum de Segurança e Saúde no Trabalho de MS; Fundacentro/ Escritório de Representação do Mato Grosso do Sul; INSS; Procuradoria Regional do Trabalho da 24ª Região/MS; SESC/FECOMÉRCIO; Superintendência Regional do Trabaho e Emprego de MS e Tribunal Regional do Trabalho de MS – 24ª Região. (Com TV Morena)