2009-04-17 13:48:00
Apenas os 21 maiores frigoríficos do País, entre eles os sete que já pediram recuperação judicial, demitiram 52 mil trabalhadores em consequência da crise, segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec).
Se incluídos os 15 mil funcionários dispensados pelas empresas filiadas à Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e as demissões nas empresas ligadas ao setor, o número de empregos perdidos pode chegar a 100 mil, na avaliação das duas entidades.
Embora as exportações de carne bovina tenham reagido no mês passado, o volume exportado nos três primeiros meses deste ano ainda é 20% menor que o do mesmo período de 2008. Os abates caíram na mesma proporção.
No ano passado, os 750 frigoríficos com inspeção federal processaram 38,5 milhões de bovinos. Para o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, uma ação efetiva do governo pode evitar que haja mais desemprego.
"Acredito que, com a ajuda do governo, algumas plantas podem voltar a operar." Salazar ressalva que o governo deve exigir garantias reais das empresas que pretendem receber novos créditos. "Existem empresas cujo passivo é muito maior que os ativos e não se justifica colocar mais dinheiro."
O Estado com maior número de frigoríficos fechados é Mato Grosso do Sul, onde 22 das 36 empresas pararam de abater. Em Mato Grosso, pelo menos 15 frigoríficos de médio e grande portes estão com as operações suspensas.
No município de Vila Rica, a 1.259 quilômetros de Cuiabá, pecuaristas bloqueiam desde a semana passada o acesso ao frigorífico do grupo Quatro Marcos. Eles exigem o pagamento de boiadas que já foram entregues e concordam com o parcelamento da dívida em duas vezes.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) interveio na negociação, mas até ontem não tinha conseguido um acordo.