2009-03-27 13:18:00
Quatro vacinas estão sendo testadas e deverão passar este ano por testes de eficácia em humanos. “Não sabemos se as respostas que obtivemos nos testes com animais vão prever o que irá ocorrer nas pessoas”, disse Jerald Sadoff, chefe executivo do projeto da Aeras.
Devido a essa dificuldade, a primeira das candidatas – a Aeras 427, chamada por Sadoff de “nova BCG” – ainda nem entrou em testes clínicos.
A estratégia de outra candidata, a Aeras 402, é induzir a produção das células T – linfócitos T-4, também chamados CD4 (células de defesa, que lideram o ataque contra as infecções), e as células T-8 (ou CD8+), supressoras que terminam a resposta imune.
“Não sabemos qual delas irá proteger melhor. Os organismos da tuberculose vivem conosco há 500 mil anos”, disse o cientista que esteve no Rio de Janeiro para participar do 3º Fórum Mundial de Parceiros Stop TB.
Segundo ele, além da falta de investimento no estudo da doença, é difícil desenvolver vacinas contra a tuberculose devido aos estratagemas próprios da doença: seus organismos se escondem dentro das células humanas e podem fazer com que uma vacina direcione uma resposta imune na direção errada.
“Para fazer uma vacina eficaz, precisamos induzir uma resposta celular. O problema é que o bacilo da tuberculose se esconde na célula humana. É difícil fazer vacinas contra a tuberculose exatamente porque não sabemos que tipo de resposta podemos provocar e que tipos de células precisamos”, explicou.
Em uma visão otimista, de acordo com Sadoff, a primeira das cinco candidatas deve estar pronta em 2013 e as outras em 2016. Cerca de US$ 200 milhões serão gastos com os experimentos.
“Mas, daqui a dois anos, precisaremos de mais dinheiro para prosseguir com os testes”, afirmou o também presidente da Fundação Aeras, que tem entre seus financiadores a Fundação Bill e Melinda Gates.
“Para vermos se estas vacinas vão funcionar em humanos, temos que testar em cerca de 2 mil pessoas. Apesar das dificuldades, aprendemos muito sobre imunologia, então o momento é agora”, ressaltou o cientista Jerald Sadoff.