2009-01-30 18:45:00
Os 1.200 representantes de povos indígenas da América Latina defenderam, no Fórum Social Mundial (FSM) 2009, reunido em Belém de 27 de janeiro a 1 de fevereiro, o direito de decidir sobre empreendimentos que impactam as terras indígenas.
Lideranças indígenas lembraram que a defesa de suas terras interessa ao mundo todo, uma vez que elas são importantes para a preservação ambiental, necessária para a sobrevivência do planeta, informa nota do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
“Não é dever só dos índios lutar pela causa dos rios, mas de todo habitante da Terra”, alertou o líder Natanael Karajá. Após se reunirem para debater a defesa de suas terras e cultura, indígenas e ribeirinhos presentes no FSM participaram de ritual junto ao rio Guamá, em Belém, para pedir força aos espíritos das águas.
Na quinta-feira à tarde foi lançado, na Tenda dos Povos Indígenas no FSM, o Mapa/Caderno Guarani Retã, que identificou 500 aldeias dessa nação na Argentina, no Paraguai e no Brasil, onde vivem cerca de 100 mil pessoas que resistem à falta de reconhecimento de suas terras e à devastação ambiental na região.
O Mapa/Caderno foi elaborado por pesquisadores universitários e de organizações indigenistas dos três países. Ele apresenta a localização das aldeias, população e cultura Guarani, e as agressões que essas comunidades sofrem, de modo especial pela devastação ambiental, provocada pelo monocultivo da soja, da cana-de-açúcar, do pinus, e pela exploração pecuária.
A pesquisa limitou-se às comunidades guaranis da região central da América do Sul, entre os rios Paraguai, Paraná e Uruguai. Um segundo caderno apresentará pesquisa sobre as aldeias do litoral brasileiro, do Chaco paraguaio, do oriente da Bolívia e do norte da Argentina.
O trabalho teve o apoio, entre outros, da organização Brot für die Welt (Pão para o Mundo), UNICEF, Instituto Socioambiental, Survival International e Embaixada da Noruega.
