2008-12-31 23:45:00
O primeiro dia do ano nunca chega para todas as pessoas do mundo no mesmo momento. No Brasil não será diferente, pois os brasileiros vão poder comemorar o réveillon três vezes. Isso por causa dos três fusos horários que incidem sobre o território nacional, segundo o Observatório Nacional, que registra a hora legal do país.
Para as comemorações do réveillon no país, os três fusos horários vão permitir aos brasileiros participar de mais de uma festa. “Pela convenção da hora, os primeiros a comemorar o réveillon no país serão os moradores do Sul e Sudeste, em seguida, as regiões Nordeste e Centro-Oeste e, por último, a região Norte do país”, disse Ricardo José de Carvalho, chefe da Divisão Serviço da Hora do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro.
Ele disse que, por questões administrativas e comerciais, os arquipélagos brasileiros situados na região do país mais próxima do Meridiano de Greenwich, que divide o globo terrestre em oriente e ocidente, seguem o fuso horário do país. “Esses arquipélagos, sem o horário de verão, comemorariam o réveillon antes, naturalmente. Por questões de turismo e de administração, adotam o fuso do continente, informalmente, é claro”, disse Carvalho.
Confraternização – “Apenas alguns vão poder participar e presenciar duas festas seguidas. Quem mora nas cidades que fazem divisa em Goiás e Mato Grosso, por exemplo, poderá fazer adaptações informais no relógio. A vantagem, pelo menos nesta época do ano, é que o morador dessa região vai poder ir a duas festas sem se atrasar ou ainda poder ligar para os familiares e amigos que estiverem em outro fuso, sem perder a hora”, afirmou Carvalho.
No Brasil, no continente, o ponto mais oriental, portanto, mais perto do Meridiano de Greenwich, fica na praia de Ponta do Seixas, em João Pessoa. O local é um dos pontos turísticos mais visitados na capital paraibana. Se forem considerados os arquipélagos apenas pela localização geográfica, Fernando de Noronha se encontra ainda mais ao oriente do que a praia da Paraíba. “Mas é apenas uma questão simbólica, pois não há diferença na hora, por mais óbvio que possa parecer, para quem está mais ao oriente ou ocidente em uma mesma faixa de fuso horário”, disse Carvalho.
“Isso tudo mostra como o país é grande e complexo. Já tivemos quatro fusos horários no Brasil. Neste ano unificamos o fuso do Acre com o do Amazonas. Eles ficavam mais isolados e isso deveria trazer complicações administrativas, acredito”, disse o chefe da Divisão Serviço da Hora.
