2008-10-28 15:43:00
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com grandes banqueiros na semana passada para pressioná-los a abrir as torneiras do crédito, as ouviu respostas desanimadoras.
Os grandes bancos disseram que a prioridade, no momento, é construir um "muro de liquidez" –ação preventiva e de sobrevivência no médio e longo prazo em relação à crise econômica mundial, que estrangula o crédito e as empresas.
Lula ficou contrariado, segundo relato de integrantes da equipe econômica. Os grandes bancos aumentaram muito o grau de seletividade para concessão de crédito. A maior parte do dinheiro que entra via redução do compulsório após medidas do Banco Central não retorna ao mercado sob a forma de empréstimo.
A Folha apurou ainda que os maiores bancos privados do Brasil têm também procurado se capitalizar para, caso apareça uma oportunidade de compra estratégica de carteiras ou de instituição, terem recursos em caixa para a operação.
A falta de dinheiro em circulação e a retração do crédito é o principal reflexo da crise financeira internacional no Brasil. Com bancos internacionais com problemas, cai a confiança para realização de empréstimos entre bancos e países, e quando eles ocorrem, ficam mais caros e com prazos mais apertados.
Para amenizar tal cenário, o governo federal já anunciou uma série de mudanças nos depósitos compulsórios.
Por meio do compulsório, os bancos são obrigados a depositar em uma conta no próprio BC parte dos recursos captados dos seus clientes nos depósitos à vista, a prazo ou poupança. Quando o BC reduz o compulsório, libera mais dinheiro para que os bancos possam fazer empréstimos e outras operações.