32.8 C
Amambai
sexta-feira, 26 de abril de 2024

Insegurança nacional às vésperas das eleições

2018-10-27 05:02:00

No dia antecede a decisão para a escolha do próximo presidente da república, o cenário econômico já está inseguro e analisando as consequências entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).  No domingo, 28 de outubro, serão escolhidos os principais gestores do país. 

Na última quinta-feira (25.10), o Datafolha divulgou o resultado da mais recente pesquisa do instituto sobre o 2º turno da eleição presidencial. O levantamento foi realizado nesta quarta-feira (24) e quinta-feira (25) e tem margem de erro de 2 pontos, para mais ou para menos. Nos votos válidos, Jair Bolsonaro está com 56%, já Fernando Haddad 44%. 

Ao que diz respeito à agricultura, os candidatos afirmam que apoiarão a produção, mas ainda existem pontos que se desencontram no plano de governo de cada um, como a estrutura do setor no governo federal e a maneira de lidar com movimentos sociais no campo. 

Bolsonaro já deu declarações sobre a redução no tempo para concessão de licenças ambientais, tratar os movimentos de sem-terra como terroristas, políticas específicas para consolidar e abrir novos mercados externos. Durante a campanha, o candidato ressaltou fortemente a segurança no campo, como uma das prioridades em seu governo.  Já Fernando Haddad defende a reforma agrária e a punição de donos de terras improdutivas, além da critica a criminalização dos movimentos sociais. O candidato à presidência pelo Partido Trabalhista propôs que o governo assuma o compromisso de zerar o desmatamento até 2022 e cita o "fim da expansão da fronteira agropecuária" em seu programa.

Jair Bolsonaro ( PSL)

Agronegócio

O PIB do agronegócio, que responde por pouco mais de 22% da atividade econômica do Brasil, deverá crescer 3,4% em 2018 impulsionado pela Agroindústria, de acordo com o CEPEA. O crescimento é menor em comparação ao ano de 2017, que foi de 7,6%, mas ainda assim cresce mais que a economia brasileira como um todo. 

De acordo com a última estimativa feita pelo Ministério da Agricultura, a produção de grãos deverá passar de 232,6 milhões de toneladas em 2017/2018 para 302 milhões de toneladas em 2027/28, representando um acréscimo de 29,8%, ou uma taxa anual de crescimento de 2,5%. Em contrapartida, esse avanço vai depender do esforço do governo federal de fomentar o crescimento, que deve consistir em infraestrutura, investimento em pesquisa e financiamento.

Jair M. Bolsonaro, tem o apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Sociedade Nacional da Agricultura e outros órgãos, o que facilita e da credibilidade e confiança ao seu governo. No plano de governo de Bolsonaro, ocorrerá a união dos Ministérios da Agricultura e Meio Ambiente, com a possibilidade do presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Nabhan Garcia, ser ministro.  Na última semana, o candidato deu declarações que poderia avaliar novamente as possibilidades relacionadas ao assunto. 

Em análise, o plano de governo de Jair Bolsonaro ainda reitera a importância do investimento em energia limpa e renovável, salientando o potencial da região nordeste do Brasil na produção eólica. De acordo com diversas declarações, pretende-se vetar qualquer fomento à demarcação de terras indígenas, regulamentar a Lei Kandir, que isenta do tributo ICMS os produtos e serviços destinados à exportação, com foco nas commodities agrícolas.

Seu plano de governo também cita a necessidade de investimentos em infraestrutura logística para dar aporte ao escoamento da produção nacional, e também facilita a liberação de produtos agrotóxicos no Brasil, retirando a responsabilidade da ANVISA e passando para apreciação do Ministério da Agricultura. 

Segurança

O crescimento da violência e a falta de segurança pública no país são evidentes. Jair Bolsonaro pretende, investir fortemente em equipamentos, tecnologia, inteligência e capacidade investigativa das forças policiais, Conforme o plano de governo do candidato, as principais demandas para a segurança: 

-Acabar com a progressão de penas e as saídas temporárias dos presídios;

-Redução da maioridade penal para 16 anos;

-O tema mais polêmico da campanha, que é reformular o Estatuto do Desarmamento;

-Policiais com a certeza da proteção por retaguarda jurídica;

-Retirar da Constituição qualquer relativização da propriedade privada, como exemplo nas restrições da EC/81;

-Politica de direitos humanos priorizando a defesa das vítimas da violência.

Economia

O Gestor administrativo e especialista em finanças, Frederico Victor Franco, explica que o governo teve uma queda de 10% de arrecadação dos impostos, previsão de crescimento de apenas 1,47% do PIB em 2018 (Comparação a 2017) e o aumento de 20% dos gastos com funcionalismo público e previdência nos últimos anos. A economia tem previsão de reagir somente em 2021 ou 2022, prejudicando assim todos os programas sociais existentes no Brasil pelo fato de que para distribuir precisamos arrecadar, ou seja, as reformas serão necessárias para desenvolvimento e crescimento do Brasil no próximo governo.

A área econômica de acordo com o Plano de Governo de Bolsonaro será composta por dois organismos principais: Ministério da Economia e Banco Central (será independente do Ministério), incorporando as atuais atribuições dos ministérios da Fazenda, Planejamento, Indústria e Comércio e a Secretaria do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).  Em síntese, o programa menciona a necessidade de que é possível cortar "desperdícios", "privilégios" e "fazer mais com menos". 

Em relação à reforma da Previdência, de acordo com o programa de governo "A grande novidade será a introdução de um sistema com contas individuais de capitalização. Novos participantes terão a possibilidade de optar entre os sistemas novo e velho. E aqueles que optarem pela capitalização irá merecer o benefício da redução dos encargos trabalhistas", diz um trecho da proposta. 

Já sobre o sistema tributário do país, uma das promessas do candidato é reduzir de forma gradativa os impostos, por meio da eliminação e unificação de tributos, "paralelamente ao espaço criado por controle de gastos e programas de desburocratização e privatização", além da intenção de criar uma alíquota única de 20% no Imposto de Renda, que passaria a incidir sobre quem ganha acima de cinco salários mínimos.   

Investidores e Empreendedores

A realidade é que os investidores não estão com receio da polarização que está havendo no país, pois esta mesma polarização da Direita versus Esquerda que existe no Brasil também existem em outros países como Reino Unido, na Alemanha e nos Estados Unidos. O mercado desde antes de sua vitória tem dado o benefício da dúvida de que Bolsonaro será capaz de entregar as reformas, as quais Paulo Guedes sempre foi direto e realista sobre o assunto, ainda mais agora com a força do PSL no congresso.

 

 

Bolsonaro também propõe que o Estado não fique burocratizando o produtor e o empresário.  De acordo com sua declaração no Jornal Nacional antes da eleição do primeiro turno, "Nós temos que desonerar folha de pagamento, desburocratizar, desregulamentar muita coisa, evitar que para abrir uma empresa leve em média 100 dias no Brasil.  O programa de governo do Bolsonaro propõe facilitar o comércio internacional como fonte de promoção do crescimento econômico do país no longo prazo, reduzindo alíquotas de importação e barreiras não tarifárias, em conjunto  com a assinatura de novos acordos bilaterais com diversos países que o mesmo já visitou.

Bolsa de Valores

De acordo com a corretora Spinelli e sua equipe de analistas fundamentalistas, as ações que obterão real valorização é a fabricante de armas Forjas Taurus (FGTA4), beneficiada pela política de reforço no investimento em segurança pública, as empresas estatais Banco do Brasil (BBAS3) e Eletrobras (ELET6), pois já pelo plano de Paulo Guedes o presidente tem a intenção da privatização destas estatais, porém vai enfrentar pressões do Congresso, do Tribunal de Contas.

As empresas do agronegócio também devem ser valorizadas na BM&FBovespa, por serem poucas do setor na Bolsa e também pelo forte apoio de pessoas envolvidas  e que acreditam que somente com a entrada de Bolsonaro o agronegócio possa voltar a ter maiores índices de crescimento e segurança jurídica.

Já em relação ao Índice Bovespa, caso Jair Bolsonaro seja eleito,  possivelmente ela passará dos 100 mil pontos, porém após o período de euforia e dependendo do inicio ou não das reformas, vai ocorrer à estabilização ou queda da bolsa.

Fernando Haddad (PT) 

Agronegócio 

Em seu plano, ele cita que o mercado deve aproveitar a alta do dólar e também fala da prioridade na produção agroecológica, sendo uma agricultura de baixo carbono. Ainda dentro dos planejamentos reservados para o agronegócio, o mesmo descreve sobre a regulamentação sobre grandes empresas do agronegócio brasileiro visando impedir excessos das subvenções públicas e subordinar sua dinâmica aos interesses da soberania alimentar do país, e também fala sobre o “fim da expansão da fronteira agropecuária” para prosperidade socioeconômica. 

Em relação ao crédito rural, o candidato não vai financiar práticas produtivas ofensivas ao meio ambiente e aos direitos trabalhistas, sendo pauta de análise antes da liberação financeira. A Reforma Agrária é contemplada no plano de governo Haddad que prevê promover a atualização dos parâmetros de aferição da função social da terra rural, contemplando além da produtividade econômica, a legislação ambiental e trabalhista.  O Imposto Territorial Rural (ITR) será reformulado.

O programa de governo de Haddad fala em desenvolver uma política para reuso e reciclagem da água, buscando fontes não convencionais como a dessalinização da água do mar.

Segurança

Em seu plano, Haddad prioriza a redução da criminalidade por ações de saúde e educação em áreas de risco e vulneráveis socialmente. Abaixo estão algumas de suas principais propostas para a segurança pública:

-Plano Nacional de Redução de Homicídios, com políticas de qualidade aos serviços públicos nos territórios vulneráveis.

-Reforçar e aprimorar o rastreamento e de controle de armas e munições, por meio de rigorosa marcação, nos termos do estatuto do desarmamento.

-Debate sobre a militarização das polícias, assegurando democratização, representação civil e processos internos mais justos e valorização do profissional da segurança e  fortalecimento da polícia científica. 

-Sistemas de alta tecnologia e inteligência de monitoramento das fronteiras, qualificação dos profissionais de segurança e no combate implacável à tortura.

-Criação do Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária que estabeleça uma Política Nacional de Alternativas Penais. 

-Corrigir o Sistema Único de Segurança Pública – SUSP adequando-o ao modelo de  segurança cidadã e também havendo participação social.

Economia e Reformas

O governo atualmente teve uma queda de 10% de arrecadação dos impostos, previsão de crescimento de apenas 1,47% do PIB em 2018 (Comparação a 2017) e o aumento de 20% dos gastos com funcionalismo público e previdência nos últimos anos. A economia tem previsão de reagir somente em 2021 ou 2022, prejudicando assim todos os programas sociais existentes no Brasil pelo fato de que para distribuir precisamos arrecadar, ou seja, as reformas serão necessárias para desenvolvimento e crescimento do Brasil no próximo governo.

Em relação à economia, a aposta para o governo de Haddad é que, o Estado fará forte intervenção na economia, com aumento de crédito e juros mais baixos. Em contrapartida, o problema é que esse desejo remete à Matriz Econômica implantada durante o governo Dilma Rousseff que desencadeou uma das mais graves recessões da história.

A reforma tributária compreenderá a tributação direta sobre lucros e dividendos e a criação e implementação gradual de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), reestruturando a tabela do Imposto de Pessoa Física, para isentar quem ganha até cinco salários mínimos, condicionado ao aumento das alíquotas para salários acima desse patamar.

Investidores e Empreendedores

O Gestor administrativo e especialista em finanças, Frederico Victor Franco , afirma que, a realidade é que os investidores não estão com receio da polarização que está havendo no país, pois esta mesma polarização da Direita versus Esquerda que existe no Brasil também existem em outros países como Reino Unido, na Alemanha e nos Estados 

Em análise, algumas de suas propostas podem assustar investidores de inicio, pois o país volta a ter o forte intervencionismo do estado. A proposta de conter a privatização no serviço público iniciada pela terceirização irrestrita e a revogação da EC 95, que impõe teto declinante nos gastos públicos por 20 anos e ainda revogar a Reforma Trabalhista de Temer, substituindo-a pelo Estatuto do Trabalho produzido de forma negociada, deixa investidores e empreendedores com receio do futuro do Brasil.

Bolsa de Valores

De acordo com a corretora Spinelli e sua equipe de analistas fundamentalistas da corretora, as empresas exportadoras irão obter uma alta valorização com uma disparada do dólar, devido ao receio com as reformar e ajuste do sistema tributário e previdenciário.

As empresas exportadoras estão ligadas ao setor de commodities, sendo assim sua precificação não dependeria do cenário interno. As ações que valorizariam automaticamente seriam  a Vale (VALE3), Suzano Papel (SUSB3), Weg (WEGE3), Braskem (BRKM5) e após o fomento das políticas sociais, as construtoras Direcional (DIRR3) ou MRV (MRVE3). 

Já em relação ao Índice Bovespa, se Haddad for eleito,  possivelmente vai haver a queda para 50 mil pontos, porém após o período de queda e pessimismo, e dependendo do inicio ou não das reformas, vai ocorrer à estabilização ou alta da bolsa.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 26 de abril de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

Enquete