2018-06-10 07:01:00
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou neste sábado (9) seu apoio à declaração final da Cúpula do G7, em uma briga comercial na qual chamou Justin Trudeau, o líder canadense que presidiu a reunião, de fraco e desonesto.
"Baseado nas falsas declarações de Justin em sua conferência de imprensa e em que o Canadá cobra tarifas enormes a nossos fazendeiros, trabalhadores e companhias, ordenei a nossos representantes não apoiarem o comunicado", tuitou Trump do avião que o leva a Singapura.
Trump também reiterou a ameaça de impor tarifas "aos carros que inundam o mercado americano", uma decisão que aponta inicialmente para a Alemanha, outro membro proeminente do G7.
PM Justin Trudeau of Canada acted so meek and mild during our @G7 meetings only to give a news conference after I left saying that, “US Tariffs were kind of insulting” and he “will not be pushed around.” Very dishonest & weak. Our Tariffs are in response to his of 270% on dairy!
Ao deixar o encontro antes do fim, Trump tinha um tom conciliador, mas ameaçou deixar de fazer comércio com aqueles países que mantenham tarifas às exportações americanas.
No encerramento, as sobretaxas americanas à importação de aço e alumínio foram fortemente criticadas pelo primeiro-ministro do Canadá. Segundo ele, trata-se de um "insulto" que provocará retaliação a partir do próximo mês.
"É com pesar, mas com absoluta clareza e firmeza, que avançaremos com medidas retaliatórias em 1º de julho, aplicando tarifas equivalentes àquelas que os americanos aplicaram injustamente a nós", afirmou Trudeau.
'Acordo' contra o protecionismo
Mais cedo, o G7 havia divulgado um comunicado final em que fala de um "consenso" para reduzir barreiras tarifárias e não tarifárias no comércio mundial, além de diminuir subsídios.
Em uma tentativa de apaziguar os ânimos, a carta também se comprometeu a "modernizar" a Organização Mundial do Comércio (OMC) para torná-la "mais justa o mais rápido possível".
O comunicado foi anunciado por Trudeau, que presidiu dois dias de discussões tensas entre Estados Unidos, por um lado, e Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Japão e Canadá, pelo outro.
Trump irritou seus parceiros do G7 com sua agenda "América Primeiro" e prometeu se manter firme até que os produtos norte-americanos tivessem acesso "justo" aos mercados.
O líder americano vem causando constrangimento aos parceiros antigos não só no comércio. Trump retirou os EUA de acordos internacionais, como o pacto nuclear com o Irã – fechado em 2015 com China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha – e o Acordo de Paris sobre mudança climática – assinado por quase 200 países.