21.9 C
Amambai
quarta-feira, 24 de abril de 2024

Universidades, fiscalização, policiamento nas estradas: veja serviços parados ou reduzidos por falta de dinheiro federal

2017-07-26 22:01:00

As dificuldades enfrentadas por órgãos públicos para a prestação de serviços estão relacionadas ao corte de recursos motivado pela queda na arrecadação do governo federal, de estados e municípios devido à crise econômica.

O corte de verba restringiu a atuação de vários órgãos e setores dependentes do governo federal, entre os quais:

 

  • Polícia Federal: suspendeu por quase um mês a emissão de passaportes.
  • Polícia Rodoviária Federal (PRF): anunciou redução no policiamento das estradas federais por limite no orçamento. Dessa forma, diminui o patrulhamento com viaturas, suspendeu resgates aéreos e fechou unidades pelo país.
  • Educação: Ministério da Educação teve R$ 4,3 bilhões em despesas bloqueadas, sendo R$ 3,6 bilhões em despesas diretas da pasta. Com isso, o orçamento da pasta para 2017, que havia sido definido pelo Congresso em R$ 35,74 bilhões, foi reduzido para R$ 31,43 bilhões.
  • Universidades federais: relatam diminuição no repasse e dificuldade em sustentar as atividades até o fim do ano letivo. Com o orçamento reduzido, o principal desafio está em manter contratos com terceirizados, responsáveis por limpeza e segurança das instituições. Em nota ao G1, o MEC afirmou que, atualmente, o contingenciamento afeta 15% dessas despesas, além de 40% da verba prevista para obras, mas afirma que, no decorrer do ano, é possível reduzir essas porcentagens (leia a íntegra da nota ao final da reportagem).
  • Ciência e tecnologiacorte de 44% do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) compromete pesquisas sobre dengue, zika, chikungunya e doença de Chagas realizadas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
  • Arquivo Nacional: teve o orçamento reduzido em 36%, ou seja, R$ 22 milhões, e corre risco de fechar as portas no mês que vem. O espaço, no Rio de Janeiro, guarda documentos que, se enfileirados, teriam 55 km. São manuscritos da época da escravidão, documentos do período colonial e da ditatura militar.

 

Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro voltou a crescer: 1% no primeiro trimestre, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A velocidade da recuperação econômica, entretanto, é mais lenta que a prevista e isso se reflete nos impostos e contribuições pagos ao governo.

No primeiro semestre de 2017, a arrecadação federal cresceu 0,77% na comparação com o mesmo período de 2016. Entretanto, o resultado só foi positivo porque a receita com royalties do petróleo saltou 53,3%. A receita com impostos e contribuições teve queda real de 0,20%.

Apesar do aperto nas contas, o governo aumentou as despesas no primeiro semestre deste ano em 0,5%, (para R$ 604,27 bilhões). Com isso, as contas federais registraram um déficit primário de R$ 56 bilhõesno acumulado de janeiro a junho, no pior primeiro semestre em 21 anos.

Em 2017, o governo passou a ter suas despesas limitadas pela regra do teto de gastos. Segundo essa regra, as despesas em um ano não podem crescer acima do valor do ano anterior, reajustado pela inflação. O objetivo da medida é reduzir o endividamento público.

O governo também se esforça para cumprir a meta fiscal de 2017, que é de terminar o ano com um déficit (despesas maiores que receitas) de até R$ 139 bilhões. Essa conta não inclui os gastos com pagamento de juros da dívida pública.

O cumprimento da meta é um sinal importante que o governo dá a investidores de que está agindo com responsabilidade relação às contas públicas e de que tem compromisso com a redução do endividamento.

Com as dificuldades para arrecadar, o governo teve de cortar gastos a fim de manter as contas na direção dessa meta. Foram cerca de R$ 45 bilhões bloqueados no orçamento de 2017, o que atinge diretamente investimentos e programas públicos.

Além disso, o governo anunciou o aumento da tributação sobre os combustíveis, para tentar elevar suas receitas.

Onde o corte de gastos afetou os serviços

Confira abaixo, situações específicas de crise, enfrentadas por órgãos públicos federais e motivadas pela corte de despesas, segundo levantamento do G1 nos estados:

Acre

Amapá

  • Educação – Universidade Federal do Amapá (Unifap) – Devido aos cortes no orçamento de todas as universidades federais, a previsão é que em setembro a Unifap não tenha como pagar as dívidas de serviços como limpeza, segurança, etc. “Mas isso é para todas as universidades federais. Colapso”, diz a assessoria.
  • Segurança – Polícia Rodoviária Federal – Expediente da sede da PRF foi reduzido para o horário de 8h às 14h. O atendimento do plantão é somente para acidentes. As rondas nas rodovias foram reduzidas pela falta de verba para combustível.
  • Funcionalismo – Receita Federal – a orientação é para funcionários economizarem energia e telefone.
  • Transporte – Departamento Nacional da Infraestrutura de Transporte (Dnit) – Reduziu o andamento das obras, elas não foram suspensas, mas vão demorar para serem concluídas devido o repasse ser menor.

Amazonas

  • Justiça – Ministério Público Federal do Amazonas – Teve, por exemplo, redução de lâmpadas e horários de funcionamento interno pra cortar gastos com energia.

Bahia

Ceará

  • Segurança – Polícia Rodoviária Federal – houve redução de turno de atendimento.
  • Justiça – Tribunal Regional do Trabalho – houve redução de turno de atendimento.

Distrito Federal

  • Educação – Universidade de Brasília – A UnB está com déficit de quase R$ 100 milhões. A verba repassada pelo governo federal para 2017 é de R$ 136,6 milhões. A previsão de gastos da universidade, no entanto, é de R$ 230 milhões neste ano.
  • Fiscalização – A Polícia Rodoviária Federal deixou de fazer ronda preventivas desde o início deste mês. A PRF diz que os cortes de serviços decorrem de um contingenciamento de verbas decretado pelo governo federal em março deste ano, e que buscará diminuir o prejuízo no atendimento de ocorrências emergenciais.
  • Espírito Santo

    • Educação – Universidade Federal do Espírito Santo – A Ufes teve um corte de R$ 12 milhões no orçamento e serviços foram afetados.
    • Fiscalização – Ibama – O superintendente do Ibama, Guilherme Gomes de Souza, disse que a autarquia foi bastante prejudicada com os cortes orçamentários e, com isso, a celeridade do serviço foi afetada. O cronograma/rotina da fiscalização ambiental foi afetado, diminuindo sua quantidade. Além disso, servidores terceirizados foram demitidos, para cortar mais gastos.

    Minas Gerais

    • Educação – UFMG e Ufop (Ouro Preto) – O corte no Ministério da Ciência compromete pesquisas da UFMG e da Ufop, afirmam professores.

    Pernambuco

    • Segurança – Polícia Rodoviária Federal – A PRF diz, por meio da assessoria, que estão acontecendo algumas restrições, como em relação ao uso do helicóptero. O deslocamento aéreo deve ser feito apenas para as rodovias federais. A corporação também suspendeu os serviços de escolta de cargas e reduziu os deslocamentos terrestres de viaturas em patrulhamento. O atendimento à população também foi impactado. Desde o dia 10 de julho, o atendimento ao público na sede e nas delegacias da PRF é realizado das 08h às 12h, de segunda a sexta-feira. O atendimento nos postos continua sendo realizado 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Anteriormente, o atendimento era feito até às 17h.

    Pará

    • Fiscalização – Ministério do Trabalho – No Pará, Estado que lidera o ranking do trabalho escravo, os cortes no orçamento das operações de fiscalização chegaram a 70%. A previsão era que a Superintendência Regional do Pará recebesse R$ 800 mil para ações de fiscalização, em 2017. Agora, os recursos caíram para R$ 240 mil até o fim do ano. "São fiscalizações caras, uma média de R$ 40 mil por operação, porque ao Ministério do Trabalho cabe pagar, além do deslocamento dos seus servidores, nós também pagamos o deslocamento de auxílio policial", revela Jomar Lima, chefe da Seção de Inspeção do Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho, no Pará.
    • Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 24 de abril de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

As Mais Lidas

Portuguesa vence Náutico por 2 a 0 diante da torcida

Vitória do time rubro-verde de Mato Grosso do Sul!...

Equipe de Amambai vence e avança as quartas de final da Copa Fronteira em Capitan Bado

Vilson Nascimento Com dois gols do jogador Heber, o Desportivo...

Nota de falecimento de Leon Conde Sangueza, o “Bolívia”

Comunicamos com pesar o falecimento nesse domingo, dia 21...

Nota de falecimento de Janaína Rodrigues Aquino

Comunicamos com pesar o falecimento nesse sábado, dia 20...

1º Circuito Analy de corrida de rua acontece dia 27 em Amambai

Vilson Nascimento Acontece no sábado, 27 de abril, em Amambai,...

Enquete