15.1 C
Amambai
quinta-feira, 18 de abril de 2024

BC diz que trabalha para reduzir juros e quer inflação de 4,5% em 2017

2016-06-29 09:04:00

O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, informou nesta terça-feira (28), ao comentar orelatório de inflação do segundo trimestre deste ano, que a instituição não irá recomendar ao Conselho Monetário Nacional (CMN) elevar a meta central de inflação para 2017, que está fixada em 4,5%.

Goldfajn disse ainda que o BC e o governo estão adotando medidas para permitir a queda na taxa de juros no Brasil "de forma responsável."

“Estamos criando condições para a queda da taxa de juros. Todos esperamos que as condições se apresentem para a flexibilização da política monetária [redução dos juros básicos da ecomomia]", disse Goldfajn em sua primeira entrevista a jornalistas.

"Tem de ter as condições necessárias para que seja feita [a redução dos juros] de forma responsável”, completou ele.

Sistema de metas

O Brasil possui um sistema que fixa metas para a taxa de inflação de cada ano. Ele prevê uma meta central, que deve ser buscada pelo BC. Para 2016 e 2017, essa meta central é de 4,5% no ano.

Entretanto, esse sistema possui intervalos de tolerância, hoje em 2 pontos percentuais para cima ou para baixo. Assim, se a inflação deste ano não chegar aos 4,5%, mas ficar, por exemplo, em 6,5% (dois pontos percentuais acima), o Banco Central não terá descumprido a meta formalmente.

Para frear a inflação, o principal mecanismo usado pelo BC é a alta da taxa de juros (Selic). O BC mantém há meses a Selic em 14,25% ao ano, o maior patamar em 10 anos.

A Selic influencia na taxa de juros cobrada pelos bancos e instituições financeiras. Com o crédito mais caro, as pessoas consomem menos e, com isso, o preço dos produtos tende a cair. Entretanto, os juros altos também dificultam a retomada do crescimento da economia e a criação de empregos.

Goldfajn observou que alguns analistas projetam que a inflação pode ficar um pouco acima da meta central no ano que vem.

"Mesmo nesse caso, com magnitude do desvio [pequena], não tem necessidade de adotar meta ajustada para 2017. A meta [central] de 4,5% para 2017 é o nosso objetivo", acrescentou.

Estimativa para 2017

De acordo com estimativas feitas pelo Banco Central, a inflação oficial do país atingiria 4,7% em 2017 somente se a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano (o maior patamar em dez anos), não for reduzida até o fim do ano que vem.

A projeção considera, ainda, a taxa de câmbio estável em R$ 3,45 por dólar.

Quando considera as estimativas dos economistas dos bancos para juros e câmbio nos próximos meses, contemplando redução da taxa Selic neste ano e no próximo, o BC prevê que o IPCA (a inflação oficial, medida pelo IBGE) ficaria em 5,5% no ano que vem – bem acima do objetivo de 4,5%.

Goldfajn sinalizou, porém, que os ajustes na economia, com controle de gastos públicos e outras medidas que podem ser adotadas pela equipe econômica, podem abrir espaço para redução da taxa básica de juros no futuro.

"Eu acredito que podem ser criadas condições para a queda dessa projeção [de 5,5%, com base no cenário de mercado] no futuro. Estamos no início das condições de ajuste na economia, que tem todo potencial, se aprovadas, de aumentar a confiança e de queda do risco Brasil”, declarou ele.

Dívida pública

Goldfajn acrescentou que há medidas de médio e longo prazos visando a melhoria das contas do governo e que, se aprovadas, têm condições de melhorar a dinâmica da dívida pública. A dívida vem crescendo nos últimos anos, o que leva à piora das avaliações e das perspectivas sobre a economia brasileira.

Recentemente, o governo propôs a instituição de um teto para gastos públicos nos próximos anos. Enviado ao Congresso, o projeto prevê que as despesas de um ano não poderiam crescer mais do que a inflação do ano anterior, abrangendo inclusive os setores de Saúde e Educação.

A proposta visa tentar conter a forte deterioração das contas públicas, que pode ter um rombo de até R$ 170,5 bilhões neste ano.

“Outras medidas para a economia estão sendo aprovadas e outras negociadas com a sociedade. Na medida em que a confiança volte, tenho convicção que as projeções de inflação tendem a cair. Com melhores condições, projeções caem mais rápido e ao menor custo [para o crescimento da economia]”, declarou Goldfajn.



Além do teto para a dívida pública, a equipe econômica também negocia uma reforma da Previdência Social, sinalizando que pretende adotar uma idade mínima de aposentadoria. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já informou que essa reforma pretende englobar os servidores na ativa, com regras diferentes para quem está próximo de se aposentar.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 18 de abril de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

As Mais Lidas

Casal é preso acusado de matar e decapitar jovem indígena em Amambai

Vilson Nascimento Por meio de um trabalho rápido e eficiente...

Homem e mulher tem veículo alvejado por disparos em Amambai

Vilson Nascimento A Polícia Civil está apurando uma tentativa de...

Portuguesa vence Náutico por 2 a 0 diante da torcida

Vitória do time rubro-verde de Mato Grosso do Sul!...

Quartas de final do Intervilas 2024 acontecem nesta segunda e na sexta-feira em Amambai

Vilson Nascimento Tem início previsto para a noite desta segunda-feira,...

Enquete