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quinta-feira, 28 de março de 2024

Brasileiros que vivem no Paraguai enfrentam problemas com terras

2012-02-26 19:56:00

Na comunidade de Tapeporã, município de Mbaracayú, brasileiros disputam na Justiça o direito de cultivar as áreas onde plantaram milho.

A empresa paraguaia Benita S.A., ligada ao setor agropecuário, alega ser a verdadeira dona das terras e conseguiu uma ordem judicial que proíbe os brasileiros de entrarem nas fazendas.

Desde o fim de janeiro, policiais estão na área e impedem que os brasileiros cultivem. É proibida a entrada de máquinas agrícolas e a pulverização das lavouras. Estradas rurais que cortam a comunidade foram bloqueadas.

O impasse envolve diretamente 30 famílias, a maioria brasileira e descendente que vivem no Paraguai. Algumas fazendas ficaram divididas entre a área em que é possível o cultivo e a área em que está proibida a entrada. É o caso de Rosemar Gloger, em 60 dos 230 hectares em que plantou milho, ele não pode entrar. “Plantamos e agora não podemos colher, nem cuidar. Está complicado."

Um dos sócios da empresa paraguaia Benita S.A, Gustavo Bogado, mostra o mapa da área e apresenta os títulos da terra e os impostos pagos. Ele reconhece que os títulos dos brasileiros são legítimos, originais e autênticos, mas argumenta que o deles também são, com a diferença que o deles se refere a uma área de mil hectares. Segundo Bogado, os brasileiros avançaram sobre a área deles.

A cinco quilômetros da comunidade de Tapeporã, no município vizinho de Itakyry, uma propriedade que também pertence a um brasileiro não tem problema com a polícia paraguaia, mas sim com os campesinos, os sem-terra do Paraguai.

Desde janeiro, 80 famílias acamparam na área e impediam o plantio. Esta semana, a Justiça expediu uma ordem de reintegração de posse. Com a escolta da polícia paraguaia, funcionários da fazenda derrubaram as barracas montadas pelos sem-terra. Depois, queimaram restos de madeira e de lonas.

Enquanto os policiais estavam na área, os empregados dos fazendeiros brasileiros se apressaram para plantar soja e sorgo na fazenda de 180 hectares.

A 220 quilômetros, mais ao Sul, no município de Ñacunday, agricultores brasileiros enfrentam um problema parecido. Milhares de sem-terra paraguaios montaram acampamento nas áreas deles.

Para tentar resolver o impasse, o governo paraguaio ofereceu uma outra área próxima, mas os sem-terra não aceitaram.

Os problemas envolvendo brasileiros que migraram para o Paraguai nas últimas décadas estão concentrados, principalmente, em cinco estados que ficam na faixa de fronteira com o Brasil.

A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado soliticou uma audiência com o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, para discutir a situação dos "brasiguaios".

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