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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Lula diz que vai continuar fazendo política pela América Latina

2010-12-05 11:01:00

Ao ser homenageado na sua despedida das reuniões internacionais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, durante uma reunião na Argentina, que vai continuar na política.

“Eu sou um político latino-americano, não vou deixar a política. Vou ter mais tempo para viajar, quero discutir política e os partidos”, afirmou Lula, com olhos marejados. “Me esperem”, completou, ao dizer que vai continuar viajando pela América Latina.

As declarações foram feitas durante a 20ª Cúpula Ibero-Americana, realizada na cidade argentina de Mar de Plata.

Homenageado pela anfitriã do encontro, a presidente Cristina Kirchner, Lula foi aplaudido de pé pelos outros líderes, como o rei da Espanha, Juan Carlos, e os presidentes do Peru, Alan García, e do Equador, Rafael Correa.

“Não sou bom de despedidas, mas construí com vocês uma coisa nova na América Latina. Já não somos tratados como menores. Não vemos mais as pessoas brigarem por um trabalhador sem diploma universitário ter sido eleito no Brasil. Já não vemos mais brigas porque um índio foi eleito na Bolívia.”

Lula afirmou ainda que as mulheres também passaram a ocupar, nos últimos tempos, maior espaço no mundo da política, numa referencia à presidente argentina e a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff.

“Os homens que se cuidem porque as mulheres estão ocupando cada vez mais espaços. Logo, logo, os homens serão minoria aqui nessa mesa.”

Torturador

“Dilma é uma mulher que foi militante de esquerda, que foi acusada de guerrilheira, que ficou presa três anos e meio e foi torturada. O que me dá orgulho é saber que agora o torturador dela, se estiver vivo, estará sofrendo mais do que ela, sem que ela tenha feito nada para ele sofrer. É apenas o remorso de quem torturou uma jovem que queria democracia no Brasil”, afirmou o presidente.

No discurso, improvisado, Lula afirmou que a democracia na região está consolidada, mas é preciso estar alertas para que sejam evitadas crises como a que o Equador viveu recentemente.

Na ocasião, o presidente Rafael Correa disse ter sido alvo de uma tentativa de golpe liderada por policiais.

“Em 2005 eu fui vitima da mais sórdida campanha. O objetivo era enfraquecer o governo, para provar que um trabalhador não podia governar”, afirmou.

Ao falar sobre o ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner (que morreu em outubro), Lula disse que “o corpo vai, mas as idéias ficam”.

Lula disse que o Brasil vai continuar no mesmo caminho da política externa de maior integração com os países da América Latina. E agradeceu “do fundo do coração a todos os companheiros e companheiras” porque aprendeu muito.

Na homenagem a Lula, Cristina disse que ele “nunca deixará a política” e que ele é um homem de convicções. Cristina lhe entregou uma réplica em ferro de uma foto de Lula e de Kirchner abraçados.

Na véspera, como contaram assessores do presidente brasileiro, Lula disse ao rei da Espanha e ao presidente do México, Felipe Calderón, com os quais se reuniu separadamente, que quer “desencarnar” a presidência e por isso planeja tirar férias após o fim do mandato.

Lula embarcou de volta para o Brasil antes do fim do encontro. Segundo assessores, ele visitará o vice-presidente, José Alencar, neste sábado, em São Paulo.

Documento final

A cúpula terminou com uma declaração final, que destacava a defesa da educação e da inclusão social na América Latina, além de uma cláusula sobre o respeito à democracia. Segundo Cristina Kirchner, a democracia gera liberdade para os processos educativos.

A reunião foi marcada pela ausência de seis líderes, entre eles, Hugo Chávez, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.

E ao contrário do esperado, não foi definido o sucessor de Néstor Kirchner na secretária geral da Unasul. Os ministros das Relações Exteriores do grupo se reuniram, nessa sexta e sábado, para discutir a questão, mas apesar da apresentação dos possíveis candidatos – como o ministro de Energia Elétrica da Venezuela, Alí Rodríguez – não houve definição.

Em uma das poucas referências públicas aos cabos revelados pelo Wikileaks, nos telegramas entre diplomatas americanos, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que existe uma “diplomacia imperial da espionagem” e que os países da região “não devem se dividir por isso.

Um dos comunicados afirma que a presidente argentina teria aceitado ajudar na relação entre Estados Unidos e Bolívia.

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