2010-11-14 09:01:00
Com um câncer avançado nas trompas de falópio, a inglesa Anna Hadwick, 24, cancelou a operação que pode salvar sua vida e tem ignorado os alertas dos médicos para dar a seu filho um irmão.
“A idéia de que eu e meu atual parceiro nunca poderemos ter um bebê nosso ou de que meu filho nunca terá um irmão é devastadora. Não posso concordar com isso. Estou arriscando minha vida pelo sonho de ter outro filho e vou continuar cancelando a operação até que eu tenha economizado dinheiro suficiente para conservar meus óvulos ou viver não valerá a pena de qualquer jeito”, disse ao tablóido inglês “The Sun”.
A operação para remover o tumor elimina qualquer chance da inglesa engravidar outra vez. Mãe de Harvey, fruto de outra relação, ela afirma não ter dinheiro para conservar os óvulos – uma tratamento deste tipo no Reino Unido custa até 3 mil libras (cerca de R$ 8,3 mil).
Ana começou a sentir-se mal após o nascimento de Harvey, em maio de 2007. “Eu venho sofrendo com dores terríveis desde o nascimento. Inicialmente, eu achava que era só o meu corpo voltando ao normal após a gravidez e a parteira concordou.”
Os meses passaram e as dores pioraram. Anna disse ter sentido dores inclusive durante o sexo. “Às vezes as dores eram tão fortes que eu chorava e tinha que parar”, conta. “Minha barriga inchou e eu mal conseguia andar. Fiquei muito assustada.”
Só em 2008 Anna procurou um médico. O primeiro exame mostrou um líquido ao redor do ovário esquerdo e na trompa de falópio, mas os médicos não tinham certeza do que seria a causa.
Um exame de laparoscopia ajudou a diagnosticar o câncer, um tumor que se espalha em sua trompa de falópio. O tipo da doença é tão raro que só há 20 outros casos conhecidos na Inglaterra.
Com poucos casos estudados, os médicos indicaram que a única opção segura de se livrar totalmente do tumor é remover ovários e as trompas de falópio.
Se a operação fosse feita imediatamente, os médicos acreditam que haveria mais chances de remover o tumor sem uma completa histerectomia (retirada do útero), eles disseram a Anna.
“Acho que eles esperavam que eu assinasse na linha pontilhada e pronto, mas eu não podia. Havia muitas coisas para considerar, como ter outro filho, pra começar”, disse a mãe ao jornal inglês.
Com outros dois irmãos, Anna sempre quis ter muitos filhos. Em outubro de 2008, ela e o antigo namorado terminaram, mas em dezembro do ano passado, a inglesa conheceu Danny, um jardinheiro de 25 anos, com quem vive hoje.
“Eu estava muito tensa em contar para Danny que eu tinha câncer e assustá-lo, mas o efeito foi exatamente o oposto”, disse.
O casal decidiu começar a tentar, então, ter um filho, mas até agora a linha azul do teste de gravidez não apareceu.
Os médicos marcaram uma nova data para a cirurgia de Anna –na última terça-feira- mas ela cancelou novamente.
“Se eles me disserem que eu vou morrer se não fizer a operação imediatamente, obviamente as coisas serão diferentes. Harvey também precisa de uma mãe. Mas meu câncer é tão raro que é difícil ter respostas. Pode levar anos antes que se torne fatal ou não. É um risco, mas um risco que estou preparada para enfrentar.”