2010-11-01 00:54:00
Terminou com mortes a tentativa de forças de segurança iraquianas de libertar reféns detidos em uma igreja em Bagdá neste domingo.
Um grupo de homens armados havia invadido a maior igreja cristã da capital iraquiana e tomado dezenas de pessoas reféns. Os homens exigiam a libertação de militantes da Al-Qaeda presos no Iraque e no Egito, segundo a imprensa iraquiana.
Após cercar o local – onde cerca de 120 pessoas assistiam à missa -, as forças de segurança iraquianas, ajudadas por oficiais americanos, entraram na igreja e libertaram dezenas reféns.
No entanto, segundo as próprias forças de segurança, ao menos 30 pessoas foram mortas nos confrontos, e 50 ficaram feridas, relata o correspondente da BBC Jim Muir.
Bolsa
O episódio começou quando o grupo armado tentou entrar na Bolsa de Valores de Bagdá, localizada em frente à igreja católica. A polícia informou que seis pessoas foram mortas ali, incluindo dois policiais, e os agressores rumaram à igreja, onde uma missa era celebrada.
Moradores da região disseram ter ouvido explosões e trocas de tiros.
Os militantes diziam ser do Estado Islâmico do Iraque, grupo sunita supostamente ligado à Al-Qaeda.
Há relatos de que os agressores não eram iraquianos, mas árabes de países vizinhos.
Há cerca de 1,5 milhão de cristãos no Iraque. Muitas igrejas foram bombardeadas nos últimos anos, mas acredita-se que esta tenha sido a primeira vez que cristãos foram feitos reféns.
Impasse político
A segurança iraquiana é prejudicada pelo impasse político que domina o país desde as eleições gerais de março, que não tiveram um vencedor claro.
Neste domingo, a imprensa iraquiana noticiou que o bloco político Dawa, que representa parte da comunidade xiita do país, planeja recusar um convite do rei saudita Abdullah para conversas cujo objetivo seria ajudar na formação de um novo governo.
O partido, do atual premiê iraquiano Nuri al-Maliki agradeceu a oferta de Abdullah, mas disse que o Iraque é capaz de resolver sozinho suas diferenças.
Comentário semelhante foi feito por Mahmoud Osman, representante dos curdos. Mas o bloco de maioria sunita, liderado pelo político secular Ayad Allawi, agradeceu a oferta saudita.
O presidente iraquiano, Jalal Talabani, a quem a oferta de Abdullah foi oficialmente dirigida, ainda não deu uma resposta formal.