2009-12-11 05:17:00
O ano de 2010 pode ser o mais quente desde que começaram os registros das temperaturas, em 1850, segundo previsões apresentadas pelo centro de estudos britânico sobre o clima Met Office durante a reunião das Nações Unidas sobre o clima, em Copenhague.
Os cientistas afirmam que a temperatura média recorde vai depender da influência do El Niño (fenômeno em que há o aquecimento das águas do Oceano Pacífico) nos próximos meses e será um combinação do fenômeno com o aquecimento global.
Até o momento, o ano mais quente de todos foi o de 1998, com uma média de 14,52ºC – devido, segundo os cientistas do Met Office, à combinação de uma das mais fortes ocorrências do El Niño já registradas com o aquecimento da Terra.
Mesmo assim, caso o aquecimento das águas do Pacífico – previsto para ter intensidade moderada – seja mais prolongado, passando de março, o recorde deve ser batido, disse a diretora do Centro para Mudança Climática do Met Office, Vicky Pope.
Aumento– A temperatura média prevista para 2010 é de 14,58ºC, ou seja, quase 0,6ºC acima da média combinada dos anos de 1961 a 1990, que foi de 14ºC.
Vicky Pope afirmou que as únicas chances de 2010 não bater o recorde de calor é se o El Niño acabar rapidamente no início do ano ou se houver uma grande erupção vulcânica.
Nas previsões do Met Office, cerca de metade dos anos entre 2010 e 2019 serão mais quentes do que o ano mais quente já observado.
A Met Office faz parte do Centro Hadley de Pesquisas, do governo britânico, e presta consultoria sobre o clima aos líderes do país.
Margem de erro– Os dados do Met Office, que é a agência nacional de meteorologia da Grã-Bretanha, são usados pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, órgão que realiza o acompanhamento das mudanças do clima.
As previsões do Met Office entre 2000 e 2009 tiveram uma margem de erro de 0,06ºC. Na quarta-feira (9), o Met Office anunciou que os níveis de gases que provocam o efeito estufa precisam começar a cair em 2020 para evitar consequências potencialmente desastrosas.
Naquela pesquisa, os cientistas afirmavam que o aumento de temperatura da Terra se limite a 2ºC, a meta recomendada pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) em seu relatório de 2007 e adotada pelos países do G8 em sua cúpula de julho, as emissões precisam atingir um pico dentro de dez anos.
A partir daí, elas teriam que cair cerca de 5% anualmente. Mesmo assim, a probabilidade de o aumento de temperatura ficar abaixo de 2ºC é de apenas 50%, de acordo com o Met Office.