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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Paraguai diz que protegerá brasileiros com fazendas

2008-10-17 03:44:00

O governo paraguaio reafirmou ontem que as fazendas de colonos e fazendeiros brasileiros nas regiões produtoras de soja serão protegidas de possíveis ocupações e ameaças de camponeses. Grupos de lavradores organizados do departamento de San Pedro, no centro do país, deram um prazo de oito dias a partir de hoje aos brasileiros que cultivam soja nessa região, conhecidos como brasiguaios, para que abandonem suas fazendas.

O presidente Fernando Lugo tomou posse em 15 de agosto prometendo uma reforma agrária integral, mas respeitando a propriedade privada e os investimentos estrangeiros.

"O presidente Lugo garantiu ao presidente Lula da Silva o respeito aos direitos humanos, civis e políticos de quaisquer estrangeiros residente em nosso território", disse Victor Hugo Peña, diretor de Assuntos Especiais da chancelaria.

Bareiro disse, em coletiva de imprensa, que o chanceler Alejandro Hamed Franco fez a mesma promessa ao ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, e que cabe aos organismos de segurança paraguaios cumprir com esse compromisso.

Na terça-feira (14), produtores do departamento de Alto Paraná, no leste do país, pediram proteção às autoridades em Foz do Iguaçu, que faz fronteira com o Paraguai, ao se declararem ameaçados pelos sem-terra em plena época de semeadura da soja.

Calcula-se que cerca de 300 mil brasiguaios, muitos deles com grandes explorações agrícolas, vivem no Paraguai ao longo da extensa linha fronteiriça com o Brasil. A maioria se dedica ao cultivo da soja, principal fonte de divisas do Paraguai.

O chanceler Alejandro Hamed disse a jornalistas que a crescente tensão no campo e as ameaças contra os brasileiros "preocupam a todos, e as autoridades correspondentes estão fazendo um grande esforço para descomprimir a situação".

Em várias regiões agrícolas do país, centenas de camponeses estão acampados ao redor das fazendas e granjas agrícolas sob ameaça de voltar a ocupá-las, após uma trégua acordada com o governo.

Os camponeses radicais argumentam que, no passado, grandes extensões de terra fiscais foram cedidas a pessoas que não participavam da reforma agrária e que o cultivo mecanizado de soja depreda as florestas e polui o meio ambiente com as fumigações maciças.

"Vamos proteger os direitos de todas as pessoas, vamos levar adiante a reforma agrária, sempre através das vias correspondentes", afirmou o ministro do Interior, Rafael Filizzola, ao pedir aos produtores brasileiros que recorram aos organismos de segurança paraguaios.

"O Paraguai é uma República independente e a segurança está sendo garantida através de nosso governo. Não vamos admitir nenhum tipo de interferência, nem pressões, nem ingerência de nenhuma outra instância", enfatizou Filizzola.

A tensão no campo se intensificou há três semanas, depois da morte de um camponês em um incidente na fazenda de um brasileiro ocupada por lavradores, no departamento de Alto Paraná.

A esse fato seguiu a ameaça feita por um líder camponês e aliado de Lugo, Elvio Benítez, que advertiu que estariam dispostos a expulsar de suas terras os brasileiros estabelecidos no lado paraguaio da fronteira.

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