2018-06-27 16:03:00
A Organização das Nações Unidas (ONU), juntamente com especialistas de universidades do mundo todo, está projetando um aumento intenso na desertificação mundial até o ano de 2070. A ONU classificou a perspectiva como alarmante e disse que o problema avançará para áreas úmidas e se intensificará no semiárido.
De acordo com os dados da Organização, cerca de 41% dos continentes são ocupados por terras áridas e abrigam 34,7% da população mundial. A ONU classifica esse fenômeno como uma consequência da vulnerabilidade dos ecossistemas de áreas secas, de superexploração e uso inadequado da terra, causadas principalmente pela atividade humana e variações climáticas.
"Essas interações impactam em vários processos de degradação: compactação e erosão do solo, queimadas, salinização, redução da fertilidade natural, redução da biodiversidade e invasão de espécies vegetais, entre outros”, disse a ONU.
Segundo Felipe Garcia Oliva, do Instituto de Pesquisa de Ecossistemas e Sustentabilidade (IIES) da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), o país é um dos que mais sofre com a desertificação pois conta com grandes áreas secas que passaram por longos períodos sem precipitação. Para ele, a solução é tomar ações simultâneas em escala local e global.
Nesse cenário, a UNAM está desenvolvendo uma parceria com a União Europeia (UE) para tratar de assuntos fundamentais para o meio ambiente, como a própria desertificação, a escassez de água e as mudanças climáticas. Klaus Rudischhauser, embaixador da UE no México, disse que a Europa tem pontos positivos nas questões ambientais que podem ser seguidos como exemplo por outros países.
"Mostramos que o crescimento econômico e a redução de emissões podem ser alcançados. Nossas economias na UE cresceram 53% entre 1990 e 2006, enquanto nossas emissões foram reduzidas em 23%. O desafio é reduzir as emissões em pelo menos 40% até 2030”, finaliza.