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quinta-feira, 18 de abril de 2024

O pai de todas as bombas: como é arma que russos dizem ser mais poderosa

2017-04-26 13:02:00

"Crianças, conheçam o papai", foi um anúncio em tom jocoso que o site de notícias russo RT (abreviação de Russia Today) fez logo após os Estados Unidos lançarem, no dia 13 de abril no Afeganistão, uma bomba que os americanos – e boa parte da imprensa internacional – chamaram de "a mãe de todas as bombas".

A bomba americana, a MOAB GBU-43 – sendo MOAB as siglas para Massive Ordnance Air Blast (bomba de ar de artilharia massiva) e, ao mesmo tempo, para Mother of All Bombs (Mãe de todas as bombas) – foi anunciada pela Força Aérea dos EUA em 2002 com a mais poderosa bomba não nuclear já feita.

Já o artefato russo é uma Bomba Termobárica de Aviação de Poder Aumentado (AVBPM, na sigla russa), e foi apresentada pela primeira vez em 2007 – como sendo uma versão bem mais potente que a bomba americana.

O ataque no Afeganistão foi a primeira vez em que a MOAB americana foi usada em situação de combate. Não há registro de que a AVBPM russa tenha sido usada até o momento.

A bomba termobárica, também chamada de bomba de vácuo, é detonada em dois estágios: uma pequena explosão cria uma nuvem de material explosivo, que suga o oxigênio em volta e cria uma onda de impacto maior do que a provocada por explosivos convencionais de mesma dimensão.

O vácuo parcial criado aumenta seu poder de causar danos materiais e ferimentos em vítimas.

A bomba russa pesa 7,1 toneladas, enquanto que a GBU-43 lançada pelos EUA sobre uma base do Estado Islâmico no Afeganistão em abril, matando 36 combatentes do grupo extremista, tem 10 toneladas.

Mas a carga explosiva da russa seria de 44 toneladas de TNT, contra 11 toneladas da MOAB, segundo o canal russo.

Além disso, o AVBPM atinge um raio de 300 metros, o dobro da americana.

"AVBPMDireito de imagemAFP
Image captionA Rússia apresentou imagens da bomba que considera ser o mais pontente explosivo não nuclear do planeta

As informações sobre a bomba russa são escassas – talvez a principal seja uma reportagem da emissora estatal russa Primeiro Canal (IPA, na sigla russa), de dez anos atrás.

Em setembro de 2007, a emissora apresentou um vídeo de um teste da bomba. Imagens mostram um avião lançando o artefato e uma grande explosão em terra, deixando, como resultado, um monte de crateras e escombros de um conjunto de edifícios vazios.

"EdifícioDireito de imagemCANAL 1
Image captionVídeo mostra construção vazia em campo de testes na Rússia
"EdifícioDireito de imagemCANAL 1
Image captionEm seguida, após a detonação, os edifícios aparecem destruídos

Segundo o site de análises de armamentos Global Security, a bomba russa tem um efeito de destruição total em um raio de até 90 metros. Já em 300 metros, ocorre a destruição quase completa de estruturas não fortificadas, como casas. E a até 2,3 km, pode derrubar uma pessoa.

"LaDireito de imagemCANAL 1
Image captionO efeito destruidor da bomba russa chega a um raio de 300 metros

Ao apresentar o artefato em setembro de 2007, o vice-chefe do gabinete militar russo, Aleksandr Rukshin, disse que a arma "tem potência e eficácia comparáveis às de uma bomba atômica".

Disse também que a arma teria a vantagem adicional de não contaminar o meio ambiente.

O teste provocou reações mistas de especialistas internacionais.

"É possível questionar os número e a escala da bomba, mas os russos têm uma ampla e comprovada história no desenvolvimento de armas de classe termobárica", disse à BBC o analista militar britânico Robert Hewson, quando o explosivo foi lançado em 2007.

"Acredito ser provável que esta seja a maior bomba não nuclear do mundo", acrescentou.

Já Sascha Lange, do Instituto Alemão para Relações Internacionais e de Segurança, questionou o vídeo.

"Duvido que tudo tivesse ocorrido da forma como os russos mostraram. As imagens mostradas no canal de televisão estatal não comprovam isso", afirmou ao DW, ressaltando que o avião de lançamento é mostrado, mas não a arma saindo da aeronave.

"GBU-43/BDireito de imagemAFP/FORÇA AÉREA EUA
Image caption

A americana MOAB faz parte do arsenal da Força Aérea dos EUA

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