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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Cidades de SP e RS têm emprego sobrando

2007-08-18 18:48:00

    Ter um emprego e a carteira de trabalho assinada é o sonho de milhares de brasileiros. Para conseguir uma vaga, vale enfrentar sacrifícios como dormir pouco e se esforçar para aprender novas atividades. Na corrida por um lugar no mercado, a educação é importante. “A qualificação não garante um bom salário, mas a probabilidade de conseguir um bom salário num bom emprego é muito maior”, diz a pesquisadora Priscilla Matias Flori, da Universidade de São Paulo (USP). 
 
    Para os jovens, a dica é buscar um curso técnico. “A gente sempre orienta os jovens a já escolherem um curso técnico quando ingressarem no nível médio, porque isso, conseqüentemente, vai facilitar a empregabilidade”, afirma a gerente de atendimento do Centro de Apoio ao Trabalho (CAT-SP), Sandra Império.
  
    A psicóloga Maria Célia Lassance, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), lembra que é comum ter que passar por mais de uma seleção para conseguir um bom emprego. “Muitas vezes o mercado de trabalho é visto como um monstro que vai ou não absorver as pessoas. Isso termina prejudicando a visão que o indivíduo tem dele mesmo porque, às vezes, ele é excelente, mas não tem o perfil daquela vaga específica”, comenta. 
 
   Vagas para jovens e aposentadosEm duas cidades de São Paulo e do Rio Grande do Sul, procurar emprego já não é mais uma tarefa muito complicada. Os agricultores de Sertãozinho (SP) e Maçambara (RS) estão deixando a roça e aprendendo novas atividades.


  Sertãozinho evoluiu da tradição canavieira para a indústria de gigantes: mais do que fazer álcool e açúcar, lá se produzem usinas – de parafusos a caldeiras. Na cidade da cana, é a empresa que procura o trabalhador. “No Posto de Atendimento ao Trabalhador, temos uma média de 130 vagas ofertadas por mês. Dessas, conseguimos colocar apenas 30 trabalhadores no mercado de trabalho”, conta a diretora do PAT de Sertãzinho, Ana Maria Buonagamba.

  Um programa que envolve Prefeitura, Ministério da Educação e cinco instituições, é o caminho para muitos jovens. Viviane Magalhães, de 18 anos, e outros 32 colegas recebem salário-mínimo para cursar o ensino profissionalizante. “Para entrarmos na empresa, precisamos ter um curso, que muitos não têm condições de pagar. Está sendo uma oportunidade enorme para nós”, diz ela.

   As três escolas técnicas voltadas para as necessidades das indústrias locais têm processo seletivo disputado e, para atender o mercado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) está em obras. “Imagine como somos assediados em relação ao profissional que estamos formando”, comenta o diretor do Senai de Sertãozinho, Luiz Zambom.

   Do total de alunos, 80% já estão empregados ou conseguem uma vaga antes mesmo de deixar a escola. E as empresas também buscam sabedoria e experiência – por isso, estão chamando aposentados de volta para o trabalho. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho, Hélio Antônio Cândido, afirma que, a cada quatro metalúrgicos, um é aposentado.

  Mas, com tantos números positivos, os empresários continuam cautelosos – eles dizem que Sertãozinho não é o paraíso do emprego. “Sertãozinho precisa de mão-de-obra qualificada. Não adianta as pessoas chegarem sem uma profissão e acreditarem que vão encontrar emprego ou facilidade”, alerta a presidente do Centro das Indústrias de Sertãozinho e Região (Ceise), Mário Garrefa. 


   Construção Em Maçambara, perto da fronteira com a Argentina, as águas do Banhado São Donato fazem da lavoura de arroz uma vocação, mas as oportunidades não são para todos. “É uma riqueza que fica em poucas mãos. Grandes latifúndios geram poucos empregos. Primeiro, porque é uma cultura que não produz lucro. E a tecnologia está avançando e gerando a substituição do homem pela máquina”, diz o secretário municipal de Planejamento, Protázio Vieira Escobar.

   Um levantamento feito pela Prefeitura mostrou que moradia digna é uma das maiores carências da comunidade. Para as famílias, a construção de casas populares era a esperança de uma vida melhor. O projeto foi encaminhado e veio a proposta: um financiamento da Caixa Econômica Federal pagaria 40% da obra e a administração municipal daria o restante. Só tinha um problema: Maçambara era uma cidade sem pedreiros.

  O Senai decidiu criar uma escola de construção civil. Um engenheiro coordena o trabalho. Da primeira turma, em março, saíram os monitores que agora orientam os outros operários. Todos recebem uma bolsa-auxílio e cada grupo de quatro pessoas é responsável pela construção de uma casa.

  É a obra-escola, onde as lições são executadas com tijolos, betoneira e muito suor. E as chances são boas. Em todo o Brasil, nos seis primeiros meses do ano, o número de empregos na construção civil bateu um recorde: mais de 97 mil novos contratados. Um aumento de 7,22% em relação a janeiro. Segundo o Ministério do Trabalho, desde 1992 não havia um crescimento tão significativo.

  “A mão-de-obra menos qualificada é empregada na construção civil. Então, tendo formação técnica suficiente, a pessoa pode trabalhar em qualquer lugar”, assegura o engenheiro civil Julmar João Weber.

   DiplomaQuem continua na procura pelo emprego sabe que o diploma de ensino superior é um grande passo. Segundo o economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), as chances de alguém que sai da faculdade conseguir um trabalho no Brasil são 50% maiores do que as de quem tem apenas o nível médio.

  “O salário é o dobro de quem tem ensino médio. Ou seja, apesar de não ser uma vantagem tão grande quanto foi no passado, a educação ainda é um excelente investimento”, constata Marcelo Neri.

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