2007-08-06 18:51:37
A febre é uma conhecida forma do organismo de se proteger contra infecções bacterianas e outras doenças, mas, até agora, os médicos não sabiam exatamente onde a febre era “produzida”. Agora, uma equipe de cientistas americanos respondeu essa pergunta. Com ela, explicaram exatamente como esse mecanismo age para nos proteger.
A febre, explica a equipe do Centro Médico Beth Israel Deaconess, nos EUA, surge a partir da interação de dois hormônios no cérebro. Quando ocorre uma inflamação, o organismo produz as chamadas citoquinas. Elas, por sua vez, agem nos vasos sanguíneos do cérebro para a produção de outro hormônio, a prostaglandina E2 (PGE2). É ele que vai ocasionar a febre, ao agir em um receptor dos neurônios chamado E3, em uma área do cérebro conhecida como hipotálamo — que é pouco maior que uma cabeça de alfinete.
É a ação do PGE2 que causa a febre -– e também a perda de apetite, a fadiga, as dores no corpo e todos os sintomas associados a uma infecção bacteriana. Todos são respostas adaptativas do organismo que permitem que a infecção seja combatida.
A febre existe porque quando nosso corpo está alguns poucos graus mais quente, nossas defesas funcionam melhor. O cansaço e a dor no corpo forçam a pessoa a descansar, o que economiza energia para o uso no combate à infecção (é como se nosso corpo “reiniciasse” em “modo de segurança”, para poupar energia).
De acordo com os médicos, é por isso que muitas doenças têm os mesmos sintomas: eles não são causados pela infecção, mas pela resposta do organismo.
Antes desse estudo, os cientistas não sabiam em quais neurônios o hormônio PGE2 atuava. Para descobrir, eles criaram camundongos em laboratório sem o receptor E3. Alguns tinham o receptor desativado em uma certa área cerebral, outros em outra e assim por diante. Por eliminação, encontraram o ponto exato onde a ação começa.