2007-07-22 12:35:37
Um terremoto com magnitude de 6,1 atingiu a região da Amazônia no Brasil por volta das 19h30 (horário MS) deste sábado (21). O epicentro do terremoto ocorreu a 100 quilômetros do município de Cruzeiro do Sul, no Acre, segundo informações do Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (UnB).
Apesar da magnitude do sismo, o tremor não teve conseqüências graves pois ocorreu a cerca de 600 quilômetros de profundidade. "As ondas geradas por esse tremor perdem a energia”, explicou o chefe do observatório, Lucas Vieira Barros.
"Esses são sismos interplacas, que acontecem em função do choque das bordas de duas placas tectônicas. Elas se rompem e se quebram a grandes profundidades. Como tem um foco muito profundo, não ocorre dano".O chefe do Observatório de Sismologia conta que na região amazônica já ocorreram sismos maiores, de 7 graus. No entanto, não há motivo para temer desastres devido à característica do choque, de ocorrer a grande profundidade.
"É muito remota a possibilidade de ter um grande terremoto no Brasil, mas não podemos dizer que isso não vai acontecer. Os terremotos são cíclicos. Eles têm um tempo de recorrência, de repetição. Ocorre a ruptura, o alívio das tensões e depois começa tudo de novo", conta. Segundo Lucas Barros, terremotos de grande magnitude, de cerca de 7 graus, têm ciclos de 500 anos.
O maior terremoto já registrado no Brasil atingiu 6,2 graus e ocorreu no município de Porto dos Gaúchos, em Mato Grosso, em 1955. No entanto, teve característica diferente, ocorreu mais próximo à superfície e por isso pode ter oferecido risco maior à época.
Barros conta que os terremotos são "comuns" na região amazônica. "Aquela região tem uma história sísmica. Vai continuar acontecendo. Esse sismo tem até uma característica benéfica porque as ondas perdem a energia", disse.
No Brasil, também são registrados sismos nos estados de Mato Grosso, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, mas com outras características. "Eles são intraplacas, ocorrem devido a ruptura de falha geológica do interior do continente, ocorrem mais próximos à superfície".