2007-07-11 21:02:37
Mais de dois bilhões de ratos invadiram 20 distritos da província de Hunan, na China, destruindo plantações numa área de 1,6 milhão de hectares – mais de dez vezes o tamanho da cidade de São Paulo. Os roedores estão fugindo da água desde o mês passado, quando a cheia no rio Yangtze elevou o nível do lago Dongting, alagando as tocas dos roedores que habitavam as redondezas.
Os animais tiveram de deixar seus ninhos em busca de terra seca e agora espalham terror por onde passam. Apenas no distrito de Dahu, 2,3 milhões de roedores foram exterminados, o que equivale a 90 toneladas de ratos mortos. “É como tropas inimigas que saqueiam em uma guerra. Não nos restou nada”, disse Yin Xinjin, de 65 anos, sobre o ataque dos roedores à sua colheita.
A invasão se concentra próximo às cidades de Yueyang e Yiyang, regiões conhecidas pela prosperidade agrícola. Camponeses lamentam a destruição das plantações. As áreas afetadas são famosas por cheirar a “perfume de arroz e melão doce” na época da colheita, dois alimentos considerados nobres na culinária chinesa. Para o jornal South China Daily, além das cheias, o desequilíbrio do ecossistema ao redor do lago de Dongting também pode ser uma razão do problema.
Medidas de combate
As autoridades alertam para o alto risco de contágio de doenças como a leptospirose, mas até agora nenhum caso foi registrado. O governo está distribuindo veneno de rato e enviou equipes para exterminar os roedores e também promove uma campanha de conscientização. As autoridades aconselham os moradores a queimar e enterrar os animais em áreas remotas e ainda oferecem uma “recompensa” de 50 centavos de Yuan por rato morto (R$ 0,12). Mas quem quiser receber o dinheiro deve mostrar o rabinho do rato como prova.