2007-07-10 20:15:37
Uma das 35 pessoas denunciadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) por aborto está a mãe de uma jovem que foi submetida ao procedimento quando tinha 14 anos. A denúncia elaborada pelos promotores Paulo Cezar dos Passos e Luciana do Amaral Rabelo Nagib Jorge, foi entregue nesta terça-feira (10 de julho) à Justiça.De acordo com o que foi apurado pelo MPE, a mãe da adolescente foi quem a levou até a clínica e a teria obrigado a fazer o aborto, bem como foi a responsável pelo pagamento.
A garota não queria que o filho fosse retirado. A médica Neide Mota Machado teria ajudado a mãe a convencer a jovem a ceder, alegando que ela era muito nova para ter um filho. Esta adolescente é apenas uma das várias que fizeram aborto na clínica. De acordo com o MPE de
São mulheres de Campo Grande, do interior do Estado, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, entre outros, que ficavam sabendo da clínica através da “propaganda boca a boca”. Uma delas, que é da Capital, fez aborto no local a pedido de um médico, que na época era companheiro dela e não queria ter o filho.
A médica e funcionários da clínica foram denunciados ainda por formação de quadrilha. Em 20 anos, a clínica que era exclusiva de aborto e só atendia mediante pagamentos de valores altos, lucrou pelo menos R$ 9 milhões. São quase 10 mil mulheres cadastradas. A intenção do MPE é investigar pelo menos a metade.