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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Problemas no coração matam 350 brasileiras por dia

2007-07-01 09:26:37

O que parecia ser o ponto fraco dos homens, anda pregando susto também nas mulheres. Não é o câncer, nem são os acidentes. São as doenças cardiovasculares – como infartos e derrames – que mais matam as mulheres no Brasil: em média, 350 por dia. Um sinal de que as conquistas femininas mexeram com a saúde delas.

Na época em que as mulheres começaram a usar minissaia, tomar pílula e trabalhar fora, as doenças do coração atingiam dez homens para cada mulher. Hoje, trabalhando duro dentro e fora de casa, se alimentando mal e fumando muito, a mulher perdeu o escudo protetor. Para cada três homens com doença cardiovascular, temos uma mulher na mesma situação.

"Eles falaram que um tronco estava entupido, o que era gravíssimo", conta a dona de casa Gilda Gomes, que agora tem no peito uma enorme cicatriz e um coração que ainda está se recuperando. Gilda nunca imaginou que aos 38 anos teria duas pontes mamárias para fazer o papel das artérias perdidas. "Eu nunca esperei que isso acontecesse comigo. Pensava que só homem tinha problema, mas a mulher também tem", diz.

Gilda teve sorte. Os sintomas de que o coração feminino não vai bem enganam até os próprios médicos, costumam ser diferentes daqueles que os homens sentem. No caso dela, foram cansaço e uma dor estranha.

"Eu sentia dor no peito e um mal-estar bem devagarzinho quando subia ladeira. Aí, sentava rapidinho e voltava. Um dia, quando cheguei em casa, até falei para meus irmãos, que riram. Era uma dor muscular, jamais pensei que fosse coração", diz Gilda.

"Normalmente, o homem tem dor no peito clássica quando desenvolve um infarto, quando tem angina. Na mulher, esse infarto pode se manifestar, por exemplo, com falta de ar, sudorese fria ou com uma dor que não é localizada propriamente no peito. De certa forma, isso faz com que essa mulher não seja diagnosticada adequadamente", comenta o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) José Marconi.

O setor de cardiologia do Hospital da Unifesp tem dias específicos para atender somente mulheres. É uma maneira de alertar o público feminino sobre os riscos. "Para a mulher, o tabagismo e o diabetes são duas vezes pior. Quando você vê uma mulher que tem um infarto, possivelmente ela é mais velha. Então, ela está mais hipertensa, mais diabética e fumou mais tempo. Por isso, ela tem mais lesões", esclarece a enfermeira da Unifesp Rita Simone Moreira.

Combinação perigosa – Na Casa do Coração, Gilda descobriu que cintura maior que 88 centímetros é um perigo. Mas nada é tão perigoso para a mulher quanto à combinação bombástica de cigarro e pílula.

"Seria importantíssimo que a mulher não fumasse, porque o tabagismo é deletério para ela. Quando associado ao anticoncepcional, vira um risco brutal para ela. As artérias do coração enrijecem, ficam mais duras, e existe a possibilidade de mais lesão", alerta Rita Simone.

Gilda encontrou ajuda a tempo, desconfiou dos sintomas e aprendeu o que toda a mulher precisa fazer quando tem fatores de risco ou quando a idade vai chegando. "Procurar o cardiologista é tão importante quanto procurar um ginecologista. Depois dos 40 anos, é tão importante fazer mamografia e ultra-som quanto um check-up cardiológico", aconselha Rita Simone.

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