2007-06-12 16:30:37
O delegado da Polícia Civil Marcelo Vargas Lopes, que depôs segunda-feira (11) no inquérito da Operação Xeque-Mate porque foi citado por suspeitos em grampos, disse que o jogo ilegal em Mato Grosso do Sul teve respaldo em uma lei estadual e uma contratação feita pelo governo Zeca do PT, em seu primeiro mandato (1999-2002). As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Procurado pelo G1, o ex-governador afirmou nesta terça (12), por meio de sua assessoria de imprensa, que não se pronunciará sobre o caso.
A operação Xeque-Mate investiga corrupção, contrabando, formação de quadrilha, tráfico de influência e exploração de prestígio envolvendo empresários e lobistas, incluindo Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Dario Morelli Filho, pai de um afilhado do presidente.
“Bingo e caça-níquel não era uma política de repressão de segurança pública, mas uma política de governo”, declarou Vargas. O delegado, citado nos grampos feitos pela Polícia Federal atribui as menções ao seu nome à “raiva desse povo”.
Vargas foi diretor da Delegacia Especializada de Ordem Política e Social (Deops) entre julho de 2003 e julho de 2006. Ele acredita que é “alvo de retaliação, com certeza”.
Segundo Vargas, com base na lei estadual do bingo, o governo Zeca do PT abriu uma licitação e contratou a Jana Promoções, do empresário Jamil Nami – cujo filho, Jamil Nami Filho, foi preso pela Xeque-Mate. “A polícia não tinha competência para fechar bingos”, afirma.
O delegado diz que a “política de governo” ligada ao jogo ainda vigora: “Ou não existem banca de jogo do bicho na cidade?” Vargas supõe que foi alvo de vingança por ter comandado uma operação no norte do Estado, na qual foram apreendidos 76 caça-níqueis. A missão foi deflagrada depois que o jogo virou polêmica no governo e a Justiça cassou liminares favoráveis aos empresários.
