22.1 C
Amambai
terça-feira, 23 de abril de 2024

Petrobras considera a ampliação dos negócios com etanol

2007-06-06 18:16:00

      Já com forte presença na distribuição e planos ambiciosos para transporte e produção de álcool no país, a Petrobras caminha a passos largos para se consolidar como um dos principais players do "novo" mercado global do combustível que começa a se formar.

      Ontem, no segundo e último dia do seminário Ethanol Summit, em São Paulo, a estatal voltou a sinalizar que seu apetite é grande e que a influência que pretende ter no segmento não é pequena. Atenta às demandas da iniciativa privada, seu braço de logística, a Transpetro, confirmou que tem interesse em construir outro alcooduto além dos que já anunciou, desta feita em parceria com os usineiros.

      "Hoje o mundo é feito de parcerias. Temos que discutir o que é melhor para o país", afirmou Sérgio Machado, presidente da Transpetro. Segundo ele, hoje os custos logísticos para levar o álcool das usinas aos portos dos EUA e da Ásia correspondem a 20% e 30%, respectivamente, do custo total do etanol. E, para que o Brasil seja mais competitivo, disse, é preciso reduzir esse percentual para 10%.

       Num horizonte de maior competitividade brasileira e adoção do uso do etanol em mercados importantes como o Japão, a Transpetro visa elevar o volume de embarques de etanol dos atuais 500 milhões de litros por ano para 12 bilhões até 2015, sendo que já há capacidade para 2 bilhões de litros. Para isso, já definiu projetos que exigirão investimentos da ordem de US$ 2 bilhões em alcoodutos, considerados vitais para conferir segurança aos importadores.

       Um deles, em obras, escoará etanol desde Goiás até o porto de São Sebastião (SP). Outro, com 900 quilômetros, ligará Campo Grande (MS) ao porto de Paranaguá (PR). A Transpetro também estuda mais dois dutos, para as regiões Nordeste e Sul do país.

    O horizonte delineado pela estatal é até mais otimista que o traçado por muitas usinas. Diogo Galhardo, diretor de operações da Coopersucar, por exemplo, acredita que o país exportará 9 bilhões de litros a partir da safra 2012/13. A cooperativa faz parte de um grupo de usinas, liderado pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que planeja instalar seu próprio alcooduto, ligando Paulínia ao porto de São Sebastião. A meta é exportar 5 bilhões de litros de álcool em uma primeira fase, para chegar posteriormente a 10 bilhões. O aporte previsto é de US$ 450 milhões a US$ 500 milhões.

   Galhardo e outros usineiros disseram, porém, que não têm interesse em parceria com a Transpetro, porque não querem ficar reféns da empresa. Conforme Galhardo, com o alcooduto próprio as usinas paulistas poderão reduzir o custo de exportação em 40%, para US$ 30 por metros cúbico. "Financiamento é bem vindo, mas não queremos ligação com o governo", afirmou o dirigente.

   Mas, como ressaltou Paulo Fleury, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as exportações brasileiras de etanol também são limitadas pelos portos. Hoje Santos concentra os embarques, e sem investimentos em alternativas as vendas ao exterior dificilmente superarão 4 bilhões de litros.

Leia também

Edição Digital

Jornal A Gazeta – Edição de 22 de abril de 2024

Clique aqui para acessar a edição digital do Jornal...

As Mais Lidas

Portuguesa vence Náutico por 2 a 0 diante da torcida

Vitória do time rubro-verde de Mato Grosso do Sul!...

Baile da Chica Manica acontece nesta quarta (17) no CTG em Amambai

Vilson Nascimento O CTG Sentinela de Amambai realiza nesta quarta-feira,...

Homem e mulher tem veículo alvejado por disparos em Amambai

Vilson Nascimento A Polícia Civil está apurando uma tentativa de...

Equipe de Amambai vence e avança as quartas de final da Copa Fronteira em Capitan Bado

Vilson Nascimento Com dois gols do jogador Heber, o Desportivo...

Casal é preso acusado de matar e decapitar jovem indígena em Amambai

Vilson Nascimento Por meio de um trabalho rápido e eficiente...

Enquete